O Brasil despertou, ontem, deparando-se com um velho fantasma olímpico na tevê. Eliminada pela Nigéria nos Jogos de Atlanta-1996; por Camarões, em Sydney-2000; e travada pela África do Sul na edição do Rio-2016, no início da campanha do inédito ouro, a Seleção empatou por 0 x 0 com a Costa do Marfim, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão, pela segunda rodada do Grupo D do torneio de futebol masculino. O resultado não chega a ser novidade. Antes do início dos Jogos, os comandados de André Jardine perderam justamente em um teste contra africanos. Cabo Verde venceu amistoso por 2 x 1.
Dos males, o menor. O Brasil jogou com um a menos por mais de 75 minutos. Douglas Luiz recebeu cartão vermelho no início do jogo em um lance controverso. Apesar da superioridade numérica dos Elefantes em campo, o Brasil conseguiu equilibrar a posse de bola, tomou alguns sustos, teve poucas chances de marcar e ganhou um pontinho difícil.
Posicionados no sistema 5-4-1, com três zagueiros, os Elefantes avançaram a marcação para pressionar a saída de bola do Brasil no início do duelo e quase saíram na cara do gol. No lance mais perigoso, Kessié chutou cruzado e Santos evitou o gol. Diallo também assustou em uma finalização. O Brasil insistia em jogadas pelas pontas com Antony, Richarlison e Claudinho, chegava à linha de fundo, cruzava, mas faltava presença dentro da área para aproveitar a trama e finalizar.
O segundo tempo começou com a Costa do Marfim posicionada à espera do Brasil. O time de André Jardine continuou insistindo nos lances pelas pontas, principalmente com Antony, mas não conseguia ser efetivo no ataque. Na chance mais clara, Bruno Guimarães acionou Matheus Cunha, porém, o centroavante cabeceou fraco no meio do gol.
Aparentemente satisfeita com um ponto diante dos atuais campeões olímpicos, a Costa do Marfim atraiu o Brasil, mas o time canarinho abusava das construções pelas pontas e da falta de objetividade na definição dos lances. Além disso, foram constantes os erros nas tomadas de decisão no último passe ou na tentativa de dribles desnecessários e até impossíveis.
O jogo ficou 10 contra 10 aos 34 minutos da etapa final, quando Eboue Kouassi fez falta desleal em Gabriel Martinelli. A Seleção partiu para o abafa com Claudinho e Guilherme Arana, mas foi a vez de a Costa do Marfim se segurar atrás para garantir o empate.
Com o resultado, a Seleção Brasileira lidera a chave com quatro pontos ao lado da Costa do Marfim, mas tem saldo de gols superior (2 x 1). A Alemanha bateu a Arábia Saudita, por 3 x 2, e aparece na terceira posição, com três pontos. Os árabes estão na lanterna, ainda sem pontuação. Atual campeão olímpico, o Brasil encerrará participação na primeira fase às 5h da manhã de quarta-feira contra a Arábia Saudita, em Saitama. Nenhum jogo do futebol olímpico será disputado em Tóquio.
Rebeca promove Baile de Favela
O Brasil estreou, ontem, na ginástica artística feminina dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e há muito o que comemorar para as duas atletas representantes do país, com destaque para Rebeca Andrade, que garantiu três finais na modalidade, com boas chances de medalha.
No somatório geral da apresentação, em quatro aparelhos, ela conseguiu a segunda melhor pontuação da classificação no individual geral, ficando atrás apenas da norte-americana Simone Biles, cinco vezes medalhista olímpica e grande nome da modalidade na Olimpíada de Tóquio. Rebeca ficou com 57,399 pontos, em segundo lugar, e Biles fez 57,731. A paulista de 22 anos, além do grande feito, conseguiu avançar às finais em dois aparelhos: solo e salto.
Ao som do funk Baile de Favela, de MC João, Rebeca conseguiu 14,066 pontos, na avaliação dos jurados, sendo a quarta melhor nota no solo depois de uma apresentação firme e se mostrando bastante solta no tatame. Desde Daiane dos Santos, em Pequim-2008, uma ginasta não chegava à final do solo. No salto, também mostrou firmeza e, sem titubear na finalização, conseguiu a terceira melhor nota da prova, com 15,400, também garantindo-se na final
A outra brasileira que disputou a rotação da ginástica artística feminina, foi Flávia Andrade, que garantiu vaga na final da trave. A carioca de 21 anos manteve o equilíbrio e fez a quinta melhor apresentação, na visão do júri especializado, com 13,966 pontos. No entanto, há preocupação para o restante da participação da jovem ginasta por conta de uma lesão no tornozelo. Saiu do tablado chorando.
Largada com vitória traquila
A Seleção Brasileira feminina de vôlei estreou com uma tranquila vitória nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Ontem, o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães derrotou a Coreia do Sul por 3 sets a 0 — com parciais de 25/10, 25/22 e 25/19 —, na Ariake Arena, no jogo que fechou a primeira rodada do Grupo A.
O Brasil, em busca do terceiro ouro olímpico, volta à quadra amanhã contra a República Dominicana. A Seleção encara as rivais caribenhas às 7h40 (de Brasília). Ontem, as dominicanas perderam na estreia para a Sérvia, por 3 sets a 0. No outro duelo da chave, o Japão ganhou do Quênia também por 3 a 0. No Grupo B, vitórias de Estados Unidos (sobre a Argentina), Turquia (em cima da atual campeã olímpica China) e Itália (contra as russas).
A ponteira Fernanda Garay foi a maior pontuadora do confronto, com 17 acertos. A atacante Gabi também se destacou e teve 14 pontos. Logo após a partida, Garay comentou sobre a atuação do Brasil na estreia contra a Coreia do Sul. “Tem sempre nervosismo e ansiedade, mas conseguimos controlar esses sentimentos. Conquistamos a vitória, que era o nosso objetivo, e o resultado, por 3 sets a 0, foi importante. Estou feliz, mas sabemos que o caminho é longo e temos de pensar no próximo adversário”, disse.
Curtas 20
Brasiliense vence na estreia
O brasiliense Bruno Schmidt e o carioca Evandro estrearam com sofrida vitória nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Em um jogo repleto de erros e sob intenso calor, os brasileiros precisaram do tie-break para fechar o jogo contra os primos chilenos Esteban e Marco Grimalt em 2 sets a 1, parciais de 21/15, 16/21 e 15/12. Campeão mundial, em 2015, e olímpico, no Rio-2016, ambos ao lado de Alison, Bruno Schmidt chegou à Olimpíada de Tóquio após superar uma grande batalha contra a covid-19. Ele ficou internado na UTI por cinco dias em fevereiro e teve parte do pulmão comprometido. Mas Bruno mostrou estar plenamente recuperado da doença. Sacou forte, apareceu para defender e ainda foi à rede para finalizar.
Dream Team decepciona
A França surpreendeu e venceu a seleção dos Estados Unidos, ontem, por 83 x 76, em Saitama, pela primeira rodada do grupo A do torneio de basquete masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio. No outro jogo da chave, a República Tcheca venceu o Irã por 84 x 78. Esta foi a primeira derrota da equipe americana em uma Olimpíada desde a queda nas semifinais de Atenas-2004 para a Argentina. Porém, foi a segunda vitória consecutiva dos franceses sobre os Estados Unidos, após o triunfo nas quartas de final da Copa do Mundo da China-2019. O cestinha da partida foi o francês Evan Fournier, jogador do Boston Celtics, com 28 pontos. Agora, a equipe dos EUA enfrentará o Irã.