O torneio masculino de basquete dos Jogos de Tóquio começa neste domingo sem o deus grego que acaba de levar o Milwaukee Bucks, depois de 50 anos, ao bicampeonato na NBA, a liga profissional norte-americana. Se há alguma razão para lamentação na temporada perfeita do ala-pivô Giannis Antetokounmpo é a ausência da Grécia na Olimpíada. O país bicampeão europeu em 1987 e 2005 não participa do evento desde Pequim-2008. O mito grego tem apenas 26 anos. Logo, há tempo para carregar o país nas costas aos Jogos de Paris-2024.
Sem o MVP das finais da NBA, o Milwaukee Bucks será representado por três campeões nesta edição dos Jogos. Jrue Holiday e Khris Middleton se apresentaram às pressas ao técnico dos Estados Unidos, Gregg Popovich. Eles estão entre os 12 convocados e integram o elenco do Dream Team. Os atuais tricampeões do torneio estreiam neste domingo contra a França, às 9h30 (o SporTV 2 anuncia a transmissão). Jordan Nwora, outro heróis dos Bucks, representará a Nigéria, do badalado técnico norte-americano Mike Brown.
Por falar na Nigéria, o torneio em Tóquio é um resumo dos tempos de globalização do basquete. Dos 12 países candidados a medalhas, apenas um não tem jogadores vinculados a alguma franquia da NBA. A exceção é o Irã. Todos os jogadores da esquadra do Oriente Médio atuam no próprio país ou em times de países da Europa ou da própria Ásia.
A pré-temporada dos EUA foi tumultuada. O time amargou derrotas assustadoras para a Nigéria, uma das candidatas a surpresa em Tóquio, e diante da Austrália. Paralelamente, teve de bater de frente com um adversário invisível: o coronavírus. Alguns jogadores, como Zach Lavine, tiveram de cumprir quarentena antes do embarque para o Japão. Bradley Beal não se curou a tempo da covid-19 e foi cortado. Kevin Love sofreu lesão e é outra baixa.
O Dream Team desembarcou na Ásia com astros como Damian Lillard, Kevin Durant, Draymond Green e Jayson Tatum, mas os fanáticos pelo esporte da bola laranja lamentam a ausência de quem tinha tudo para ser o cara do time. LeBron James não está em Tóquio.
Como se não bastasse a fase de treinos tumultuada, os EUA terão pela frente na estria os carrascos da última Copa do Mundo. A França eliminou o Dream Team nas quartas de final, em 2019, na China. Os europeus contam com jogadores na NBA, como Frank Ntilikina (New York Knicks), Timothé Luwawu-Cabarrot (Brooklyn Nets), Nicolas Batum (Los Angeles Clippers), Evan Fournier (Boston Celtics) e Rudy Gobert (Utah Jazz).
A contar de Barcelona-1992, os Estados Unidos só não conquistaram a medalha de ouro nos Jogos de Atenas-2004. Foram eliminados pela Argentina nas semifinais e amargaram o bronze. Nenhum Dream Team formado depois daquele encantador na Espanha foi convincente a ponto de tirar da memória dos fãs a trupe de Michael Jordan, Larry Bird e Magic Johnson. O elenco presente em Tóquio não tem o mesmo talento e muito menos carisma semelhante. Estreará sob muita desconfiança.
Eliminado pela Alemanha na decisão no Pré-Olímpico disputado na Croácia, o Brasil está fora do torneio pela primeira vez desde a edição de Pequim-2008.
Os 12 candidatos a medalha
Grupo A: República Tcheca, França, Irã e Estados Unidos
Grupo B: Austrália, Alemanha, Itália e Nigéria
Grupo C: Argentina, Japão, Eslovênia e Espanha
Primeira rodada
24/7
22h - Irã x República Tcheca
25/7
1h40 - Alemanha x Itália
5h20 - Austrália x Nigéria
9h - França x EUA
26/7
1h40 - Argentina x Eslovênia
9h - Japão x Espanha
Convocados
Armadores
Damian Lillard (Portland Trail Blazers) e Jrue Holiday (Milwaukee Bucks).
Alas
Devin Booker (Phoenix Suns), Keldon Johnson (San Antonio Spurs), Khris Middleton (Milwaukee Bucks), Zach LaVine (Chicago Bulls) e Jayson Tatum (Boston Celtics).
Alas-pivô
Kevin Durant (Brooklyn Nets), Draymond Green (Golden State Warriors) e Jerami Grant (Detroit Pistons)
Pivôs
Bam Adebayo (Miami Heat) e JaVale McGee (Denver Nuggets)
Programe-se para ver o Dream Team
25/7 - 9h: EUA x França
28/7 - 1h40: EUA x Irã
30/7 - 9h: EUA x República Tcheca