EXPECTATIVA

Brasiliense Felipe Gustavo compete na estreia do skate em Jogos Olímpicos, neste sábado

Natural do Guará, Felipe Gustavo inaugura modalidade, hoje, nos Jogos Olímpicos de Tóquio

O brasiliense Felipe Gustavo Macedo, 30 anos, é um dos 12 atletas a representar o Brasil na estreia do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Feito difícil de imaginar quando ele saiu do Guará, aos 15 anos, para tentar a carreira de skatista nos Estados Unidos. Tempos em que ele tinha pouco mais de 1,50m de altura, 40kg e ainda esbanjava bochechas — motivo do apelido que carrega no esporte. Hoje, a partir das 20h30 (horário de Brasília), Felipe Gustavo, Kelvin Hoefler e Giovanni Vianna começam a trajetória olímpica no Ariake Urban Sports Park como fortes candidatos ao ouro no street.

“É um sonho se realizando, vendo o skate nos Jogos Olímpicos, a galera vendo a gente andar de skate na vila olímpica. Acho que isso é uma grande vitória para a nossa modalidade, para o nosso esporte. É incrível”, comemora o atleta de Brasília. Apesar da ansiedade, o maior desafio promete ser o outro. “Achei as medidas da pista melhores do que eu imaginava. O mais difícil está sendo o calor”, comentou Felipe Gustavo, após os primeiros treinos oficiais no local de disputa. A capital japonesa tem registrado temperaturas de mais de 30 graus.

Felipe Gustavo vive em Los Angeles desde os 15 anos. Aquela primeira tentativa de ir tentar viver de skate nos Estados Unidos deu certo. Para isso, contou com a família como grande incentivadora. A primeira influência foram os irmãos mais velhos, que acabaram o influenciando a largar a bola de futebol pela adrenalina de andar sobre uma prancha com rodinhas, aos 7 anos. Depois, ao ver que o menino levava jeito para o esporte radical, o pai lhe comprou uma pista de madeira.

O resultado mais esperado foi a conquista de um campeonato local cujo prêmio era uma passagem para disputar um torneio nos Estados Unidos. Mas a felicidade se transformou em decepção, pois a premiação nunca aconteceu. Então, o pai vendeu o carro da família e bancou a viagem. Bochecha participou do campeonato e, ainda, foi campeão. Convencida do talento promissor do garoto, a família mudou-se para a Califórnia, um dos berços mundiais do skate. A partir de então, as conquistas se multiplicaram.

Felipe Gustavo é dono de três medalhas nos X Games, sendo duas de bronze em 2013 e uma de prata em 2017. Em 2015, foi convidado para participar da Turnê Mundial da Street League Skateboarding, mas acabou se lesionando e não conseguiu finalizar sua participação. Em 2018, foi vice-campeão do Tampa Pro e bronze no Mundial de Skate Street, no Rio de Janeiro. Nessa competição, o brasiliense ficou atrás do compatriota Kevin Hoefler e do americano Nyjah Houston, dois adversários duros que também estão nas disputas olímpicas de Tóquio. Feitos que o fizeram integrar a primeira Seleção Brasileira de skate, montada há três anos, visando as Olimpíadas.