Acabou a espera pelos primeiros Jogos Olímpicos da história adiados, por causa da pandemia de covid-19. A Cerimônia de Abertura de Tóquio será na sexta-feira, às 8h. Mas algumas disputas começam antes. O ponto de partida será o jogo de softbol entre Austrália e Japão, nesta terça-feira (20/7), às 21h. A estreia do Brasil será em um esporte que o país tem mais familiaridade: o futebol. A Seleção feminina enfrenta a China, nesta quarta-feira (21/7), às 5h, no primeiro desafio rumo ao inédito ouro para coroar duas lendas da modalidade: Marta e Formiga.
Em Tóquio, Marta terá, mais uma vez, a responsabilidade de vestir a camisa 10. Consagrada como uma das maiores atletas da modalidade, a brasileira eleita seis vezes a melhor do mundo tenta a medalha pela sexta vez. Bateu na trave duas vezes com a prata. Em Tóquio, aos 35 anos, lutará pela redenção. "Sabemos das dificuldades, mas representar o Brasil em uma Olimpíada é sempre uma responsabilidade grande. Uma medalha de ouro vai ser importante para a evolução do esporte", comentou.
Já Miraildes Maciel Mota, a Formiga, atuou na estreia do futebol feminino no maior evento esportivo do mundo, em Atlanta, em 1996. Desde então, a meia esteve em todas as edições, chegando à sétima participação dela, em Tóquio, aos 43 anos. Nem ela mesma acreditava que chegaria tão longe em tão alto nível. A aposentadoria da amarelinha havia sido anunciada para depois dos Jogos do Rio-2016, quando o Brasil contou com estádios lotados, mas acabou eliminado pela Suécia comandada por Pia Sundhage, nas semifinais.
De algoz, Pia tornou-se um marco do momento de maior visibilidade do futebol feminino no Brasil. Em 2019, a sueca foi a primeira estrangeira a comandar uma Seleção Brasileira, após a eliminação do país nas oitavas de final da Copa do Mundo. A Era Pia começou com mudanças estruturais na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A equipe passou a contar com uma Coordenadora de Competições, cargo ocupado por Aline Pellegrino, e a ex-jogadora Duda Luizelli assumiu a função de Coordenadora de Seleções.
Aquela equipe brasileira comandada por Oswaldo Fumeiro Alvarez, o Vadão, tinha uma comissão formada apenas por homens. Por exigência da Fifa, três anos depois, a Seleção passou a contar com uma mulher na comissão técnica e uma na comissão médica na Copa do Mundo de 2019. Em Tóquio, o grupo por trás das jogadoras é formado por seis mulheres e sete homens. Uma relação mais igualitária, que também é sentida no bolso das atletas. Desde 2020, a CBF passou a pagar o mesmo valor pelas diárias por convocações e a mesma porcentagem em premiações para os times feminino e masculino.