Trinta anos e vinte um dias. Esse é o tempo exato que separou o Flamengo de Brasília em jogos pela Libertadores. O rubro-negro não disputa uma partida do torneio continental na capital desde 26 de março de 1991, quando vendeu o seu mando de campo pela fase de grupos e encarou o Bella Vista, do Uruguai. O reencontro flamenguista com o DF pela competição sul-americana acontece nesta quarta-feira (21/7), às 21h30, no Mané Garrincha. O duelo frente ao Defensa y Justicia é de extrema importância, pois vale vaga às quartas de final da principal competição do continente. No esquenta para o duelo decisivo, o Correio relembra como era o mundo em 1991, dentro e fora do âmbito esportivo.
Para ilustrar bem há quanto tempo o Flamengo não atua no Distrito Federal em partidas pela Libertadores, é bom citar aspectos políticos e econômicos. Em 1991, a moeda corrente do Brasil era o Cruzeiro, que vigoraria até 1993. Na política, Fernando Collor de Mello era o Presidente da República, mas que viria a sofrer impeachment ao final do ano seguinte. No Congresso Nacional, um feito inédito: Júnia Marise e Marluce Pinto tomaram posse como as primeiras senadoras brasileiras eleitas democraticamente no país.
No cenário internacional, a Guerra do Golfo, entre tropas iraquianas e Coalizão Internacional, liderada pelos EUA, estava em curso. O desfecho aconteceu em 28 de fevereiro com a vitória do pacto encabeçado pelos norte-americanos. A independência chegou a países como Ucrânia, Croácia, Bielorrússia e Geórgia.
Na América do Sul, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai assinariam o Tratado de Assunção, que deu início a criação do Mercado Comum do Sul, o Mercosul. Na tecnologia, a novidade ficou por conta da criação do sistema operacional Linux.
E no mundo dos esportes?
Nos gramados, a Alemanha de Lothar Matthäus vinha embalada pela conquista do tricampeonato mundial sobre a Argentina de Maradona, na Copa do Mundo de 1990, na Itália. A Champions League e o Mundial de Clubes foram vencidos de forma inédita pelo Estrela Vermelha, da Sérvia.
Já o Campeonato Brasileiro de 1991 foi vencido pelo São Paulo dos craques Zetti, Cafú, Raí, Müller e do técnico Telê Santana. A Copa do Brasil foi erguida pelo Criciúma, que tinha Felipão como treinador. Na América do Sul, o Colo-Colo foi o grande campeão daquela edição da Libertadores.
A Copa América 1991, realizada no Chile, foi vencida pela Argentina de Diego Simeone, Caniggia e Batistuta. Foi o 13ª caneco continental. Nos Jogos Pan-Americanos de 1991, realizado em Cuba, os donos da casa terminaram na 1ª colocação do quadro de medalhas, com 265 no total, sendo 140 ouros. A delegação brasileira finalizou com a 4ª colocação, tendo figurado no pódio 79 vezes. Na disputa, foram 21 ouros, 21 pratas e 37 bronzes.
Nas quadras da NBA, o Chicago Bulls era comandado pelo astro Michael Jordan, dominou a liga mais competitiva do mundo e levou troféu inédito para Illinois. Voando baixo, Ayrton Senna, ícone do automobilismo, conquistava o seu tricampeonato da Fórmula 1.
Debute rubro-negro em Brasília na Liberta
A partida diante do Bella Vista foi dramática. A equipe da Gávea saiu atrás no placar e quase perdeu a invencibilidade na competição. Porém, naquela noite, brilhou a estrela de um jovem meia-atacante de 19 anos, chamado Marcelinho Carioca que, aos 44 minutos da etapa final, deixou tudo igual em solo candango. O empate no apagar das luzes deu moral para a partida seguinte diante do Nacional-URU. O time carioca goleou por 4 x 0 e garantiu a melhor campanha do Grupo 3.
Defensa y Justicia já soltou grito de campeão no Mané
O time da Gávea é o atual bicampeão brasileiro, enquanto o adversário é o detentor dos títulos da Copa Sul-Americana e Recopa. O último caneco argentino foi conquistado, inclusive, no Estádio Mané Garrincha. Naquele 14 de abril, os hermanos devolveram o placar da ida de 2 x 1, levaram a decisão para os pênaltis e superaram o campeão da Libertadores.
*Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz