Uma nova era começa, hoje, no Flamengo. Após somente dois dias de trabalho à frente do clube carioca, o técnico Renato Gaúcho estreia à beira do campo com um desafio de alto calibre. Às 21h30, o rubro-negro abre as oitavas de final da Libertadores contra o Defensa y Justicia, no Norberto Tomaghello, em Buenos Aires. Viabilizando a definição da vaga diante da presença de sua torcida, o clube está na iminência de confirmar a transferência do jogo de volta contra os argentinos para o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
De forma exclusiva, o blog Drible de Corpo, do Correio, apurou que o processo para liberação da presença de 25% da capacidade (17.500 cadeiras, no caso do Mané Garrincha) foi discutido, ontem, está pronto, encaminhado à Casa Civil e aguarda assinatura do governador em exercício, Paco Britto, para publicação no Diário Oficial. O chefe do executivo local, Ibaneis Rocha, está em férias, mas deu aval. Se confirmado, o plano faria o Distrito Federal ser a primeira unidade da federação a liberar o retorno gradual dos torcedores aos estádios.
O clube aguarda apenas a publicação do decreto para iniciar a venda on-line. Gestantes e menores de 18 anos devem ficar de fora da comercialização. Para facilitar o controle de acesso, os lugares serão marcados e a entrada no Mané Garrincha será por meio de ingresso digital, com QR Code. Para a transferência do jogo do Rio de Janeiro para Brasília, o rubro-negro precisa, ainda, da anuência da Conmebol e do Defensa y Justicia.
Antes, porém, as atenções estão no compromisso na Argentina. A principal missão de Renato é resgatar o futebol vistoso, ausente no repertório rubro-negro. O treinador, porém, teve um empecilho que deve se repetir até o final da temporada: o tempo. Foram somente 48h de trabalho entre a apresentação, na segunda-feira, e a viagem para a Argentina, ontem.
Sem Bruno Henrique, lesionado, o treinador deve testar a dupla Gabi e Pedro no ataque. O Fla ainda tem outros desfalques: Diego, por lesão, Rodrigo Caio, vetado, e Willian Arão, suspenso, não jogam. A dupla de zaga deve ser formada outra vez por Léo Pereira e Gustavo Henrique.
Palmeiras defende força como visitante
O Palmeiras ganhou a Libertadores graças ao desempenho de sua dupla ofensiva e por bons resultados na casa dos adversários. Hoje, sem Rony e Luiz Adriano, aposta no ataque reserva e na manutenção da campanha perfeita como visitante para abrir vantagem nas oitavas de final contra a Universidad Católica. O jogo será no estádio San Carlos de Apoquindo, em Santiago, às 19h15.
Abel Ferreira investirá no bom momento de Breno Lopes e Deyverson para repetir a estratégia que deu certo em 2020. O Palmeiras fazia um bom placar fora e atuava com calma em casa, explorando os contragolpes. Breno Lopes, autor do gol do título de 2020, ganhou a confiança do português e Deyverson vem aproveitando oportunidades na vaga de Luiz Adriano, com lesão no joelho direito. Rony sofre com um problema muscular na coxa.
"Libertadores é importante. Enfrentaremos um time bom, vai ser um jogo difícil, mas estamos passando por um bom momento. Vamos fazer o melhor para ter uma vitória e depois conseguir a classificação", afirmou o zagueiro Gustavo Gómez, novamente formando dupla com Luan e esbanjando confiança na equipe, que vem de cinco vitórias consecutivas, todas pelo Brasileirão, ao qual lidera.
Vovôs deixam Fluminense em vantagem
Uma dupla que, junta, soma 74 anos colocou o Fluminense em grande vantagem nas oitavas de final da Libertadores. Com gols de Egídio, 35, e Nenê, 39, o tricolor venceu o Cerro Porteño, por 2 x 0, no Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, no Paraguai, e deu um grande passo para confirmar a vaga na próxima fase do torneio continental. Na volta, marcada para o Maracanã, na terça-feira, os cariocas podem perder por até um gol de diferença para seguir na competição.
O placar foi construído no segundo tempo, mas poderia ter sido criado logo nos primeiros minutos, tamanha a superioridade e pressão imposta pelo Fluminense. Destaque para o meia Nenê. O veterano deixou sua marca e ainda criou as melhores jogadas da equipe. O lateral Egídio fez seu primeiro gol pelo clube, desencantando após 28 meses, e fechou uma vitória que poderia vir com ainda mais folga. O resultado, porém, foi suficiente para o tricolor garantir boa margem pela vaga.
Após o triunfo, Nenê enalteceu a postura do time carioca em Assunção. “Foi um resultado muito importante para a gente. Estivemos melhores praticamente o jogo todo. A gente chegou a vacilar, mas mantivemos a concentração e pudemos impor a nossa qualidade técnica e demos um passo importante para a classificação. Não vamos jogar com o regulamento debaixo do braço, porque a gente pode se complicar”, avaliou o veterano.
São Paulo vacila e dá igualdade ao Racing
O São Paulo desperdiçou a chance de sair em vantagem nas oitavas de final da Libertadores diante do Racing. Jogando em casa, o tricolor paulista até saiu na frente, mas tropeçou nas próprias pernas nas chances para ampliar, cedeu o empate para os argentinos e terá que buscar a vaga nas quartas, na semana que vem, na Argentina.
O tricolor abriu vantagem no marcador com Vitor Bueno aproveitando vacilo do goleiro Arias. O próprio camisa 12, porém, perdeu chance valiosa de ampliar logo depois. No minuto final do primeiro tempo, Copetti chutou rasteiro para vencer Volpi e igualar o marcador. No segundo tempo, o time paulista parou na falta de criatividade e não conseguiu balançar as redes novamente.
“Claro que poderíamos ter saído com vantagem maior, teve meu erro. Mérito do goleiro que voltou rápido e conseguiu defender. Tivemos oportunidade com Nestor. Um pouco de desatenção nossa e fomos para o intervalo com empate. Temos condições de ir à Argentina e reverter, tem o gol fora. Podemos sair classificados”, analisou Vitor Bueno.
Galo empata com o Boca Jrs
Sem a mesma agressividade e objetividade de outras partidas, o Atlético-MG empatou com o Boca Juniors, por 0 x 0, ontem, em La Bombonera, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. O resultado deixou tudo em aberto para o duelo em Belo Horizonte. O time que vencer passa para as quartas e empate com gols favorece os argentinos. Uma nova igualdade em zero levará a decisão para os pênaltis.
O Galo aproveitou a La Bombonera vazia para atacar nos primeiros 30 minutos como se estivesse no Mineirão lotado. O quarteto formado por Nacho Fernández, Zaracho, Savarino e Hulk teve o domínio das ações, mas não conseguiu transformar as oportunidades em gols. Hulk foi o responsável pelas melhores chances.
O Boca atuou como se estivesse no campo do rival, sempre no contra-ataque, mas teve a ajuda da zaga atleticana, que cometeu erros na saída de bola e proporcionou momentos de apreensão para o goleiro Everson. A bola até chegou a entrar na rede, mas a arbitragem assinalou impedimento e impugnou gol do Boca Juniors, garantindo o zero no placar.