A liberação da Conmebol para que jogos das competições de clubes organizadas por ela voltem a ter presença de público, desde que os protocolos de segurança sejam cumpridos, acelerou a movimentação no Governo do Distrito Federal não somente para abrigar partidas dos torneios continentais, como o duelo de volta entre Flamengo e Defensa y Justicia na próxima quarta-feira, pelas oitavas de final da Libertadores, mas também do Brasileirão quando houver sinal verde da CBF. Consequentemente, Brasiliense e Gama, representantes da capital na Série D, seriam beneficiados.
O GDF planeja liberar presença gradual de público vacinado com dose dupla ou única, caso dos imunizados pela Janssen, e de profissionais da saúde em ação na linha de frente do combate à covid-19. Há queda de braço em relação ao percentual de público. As sugestões variam de 10% a 50% da capacidade. O meio termo seria 25% na possível partida do Flamengo, desde que a Conmebol aceite a transferência do Rio para Brasília e o GDF libere torcida. O martelo pode ser batido hoje.
Há pressa por vários motivos.Todos comerciais, óbvio. Brasília virou parceira de primeira hora da Conmebol. Abrigou neste ano a final da Recopa Sul-Americana, jogo do Santos na Pré-Libertadores, oito partidas da Copa América e hospedará a final da Copa Sul-Americana em 2022. Em tese, larga na frente na liberação da volta do público pode iniciar uma corrida por jogos em Brasília.
O Flamengo planeja receber o Defensa y Justicia em Brasília por dois motivos. Como informou ontem, o portal GE.com, o governador do Rio, Eduardo Paes, resiste à ideia de liberar público no Maracanã depois das cenas de aglomeração na final da Copa América. “Vou consultar autoridades sanitárias para decidir sobre público nos próximos jogos, mesmo limitado. Mas pelo que vi aqui e ali...”, disse, alegando ter notado “mais problemas do que imaginava”, disse Paes. A Prefeitura do Rio multou a Conmebol em R$ 54 mil.
Em abril, o governador do DF, Ibaneis Rocha, sugeriu à CBF o acesso à final da Supercopa do Brasil entre Flamengo e Palmeiras do pessoal da linha de frente da saúde no combate à covid-19. Agora, o plano é para que cidadãos totalmente imunizados pelas duas doses ou por uma, no caso dos vacinados pela Janssen, possam assistir a jogos in loco.
Um dos impasses é quanto ao controle do acesso às arenas. No fim de semana, o laboratório Larbolife denunciou à Conmebol a existência de um esquema de falsificação de testes para permitir a entrada de convidados na final da Copa América entre Brasil e Argentina. Este era o temor da CBF, em abril. À época, a entidade rejeitou o plano de Ibaneis Rocha para a decisão da Supercopa do Brasil.
Especula-se que o jogo do Fla na cidade celebrará um ano da parceria entre Flamengo e BRB. A outra opção seria contra o São Paulo no DF, no próximo dia 25.
Negociações
O Correio apurou que os preparativos para a retomada dos jogos com público avançam e estão sendo tratadas pela Secretaria de Esporte em parceria com o comitê Covid-19. Eles aguardam apenas o aval do governador do DF. Ibaneis Rocha está de férias. “Estamos trabalhando nesse sentido, retorno de forma gradual, acordado com o comitê Covid-19 juntamente com o governador. Estamos buscando bons exemplos pelo mundo e com muita esperança na vacina”, admite a secretária de Esporte, Giselle Ferreira. A reportagem também tentou contato com o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, sobre a possibilidade de presença de público, mas ele não respondeu.
A Arena BSB, concessionária responsável pela administração do Mané Garrincha, aguarda o desfecho das negociações para o possível jogo do Flamengo contra o Defensa y Justicia a fim de colocar as arquibancadas em ordem e reativar serviços do estádio ao público, como banheiros, bebedouros e elevadores. O plano estabelecido pela Arena BSB para reabertura do estádio ao público prevê prazo de um mês. Se o Flamengo jogar com torcida no próximo dia 21, o trabalho precisará ser realizado em uma semana. O último evento com plateia na arena foi o show do Maroon 5, em 3 de março de 2020. Desde então, a arena está fechada ao público devido à pandemia do novo coronavírus.
Gama
O Gama também acompanha com atenção a possibilidade de liberação de público em Brasília. O clube negocia pacote de cinco jogos no Mané Garrincha, a partir da sétima rodada da Série D, no sábado, contra o Goianésia. A intenção da diretoria é fazer ações ações com torcedores vacinados.
O Correio apurou que o pacote de cinco jogos do Gama na quarta divisão ficaria por cerca de R$ 40 mil, ou seja, R$ 8 mil por jogo. Outras despesas obrigatórias como limpeza, sanitização, gramado, água, esgosto e outrros gastos elevam o investimeto para quase R$ 20 mil por jogo.