A longa espera da Argentina e de Lionel Messi por um título acabou neste sábado (10/7). Vinte e oito anos depois, a alviceleste voltou a conquistar a Copa América e deu fim a uma incômoda fila. A taça também foi a primeira do camisa 10 pela seleção principal após quase 16 anos de serviços prestados. No estádio do Maracanã, contra o Brasil, os hermanos foram efetivos, seguraram toda a pressão verde e amarela e venceram, por 1 x 0, para garantir a 15ª Copa América na história.
Os primeiros 45 minutos apresentaram times dedicados e intensos - muitas vezes de forma excessiva - na marcação. Mais presente no ataque, o Brasil controlou a posse de bola, mas pouco incomodou o goleiro Martínez. Nos contra-ataques, a Argentina foi eficiente e marcou em um belo gol de cobertura de Di María. A etapa final teve uma avalanche de ataque verde e amarelo. Porém, utilizando até mesmo da artimanha da catimba, os argentinos seguraram a vantagem e garantiram o título.
Argentina abre na velocidade
Com as marcações bem encaixadas em campo, Brasil e Argentina dificultaram as tentativas de transição dos ataques e não hesitaram em apertar as saídas para encurtar os espaços, o que deixou o jogo pegado. Na primeira chegada forte, o árbitro uruguaio Esteban Ostojich fez questão de mostrar pulso firme e amarelou o brasileiro Fred após entrada em Montiel. Aos 12. a Seleção Brasileira encaixou a primeira boa jogada. Paquetá lançou para a área, Richarlison ajeitou e Neymar chutou prensado.
Com mais posse de bola, o time encurralou os argentinos, que buscavam jogadas em velocidade para incomodar. Porém, o que se viu foi novamente um jogo truncado por faltas. Aos 19, o Brasil repetiu a única jogada efetiva. Marquinhos achou Neymar, que ajeitou para Richarlison chutar resvalando na marcação. Dois minutos, depois, a Argentina encaixou o contra-ataque. De Paul fez lançamento longo, Renan Lodi bobeou na hora de dominar e deixou e Di Maria livre para encobrir Ederson e marcar na primeira finalização argentina no jogo.
Em vantagem, os argentinos ficaram confortáveis em seu modelo de jogo e voltaram a ameaçar aos 28. Di Maria, de novo ele, cortou para o meio e chutou. A bola desviou no meio do caminho e facilitou o corte de Thiago Silva. Encurtando espaços, o Brasil voltou ao ataque. Aos 33, Neymar sofreu falta dura de Paredes na entrada da área. O lance amarelou o argentino. Na cobrança, o camisa 10 acertou a barreira. Na reta final do jogo, o time canarinho optou por jogadas laterais com cruzamentos na área, mas não foi efetivo.
Argentina segura o Brasil
No papel, o Brasil mais ofensivo com Roberto Firmino no lugar do amarelado Fred. Em campo, a postura também era outra. Com seis minutos, quase veio o resultado. Richarlison recebeu passe de Paquetá e marcou, mas a arbitragem impugnou o lance por impedimento. Dois minutos depois, o camisa sete teve outra chance, mas parou em boa defesa do goleiro Martínez. Após a pressão inicial, a Argentina se reorganizou em campo e ganhou minutos de respiro.
Aos 16, Messi teve falta para colocar na área, mas não caprichou. Por duas vezes, em erros na saída de bola, os argentinos tiveram chance de ampliar, mas não aproveitaram. Com 21, nova jogada. Messi rolou para Guido Rodríguez isolar. Errando passes bobos e parada constantemente com faltas, o Brasil não encaixava jogadas. Quando chegava perto, era bloqueado pelo fechado sistema de marcação rival. Aos 25, Lucas Paquetá recebeu na área, mas pegou mal e mandou longe.
Mais preocupada em defender e em catimbar o jogo, a Argentina pouco incomodou Éderson. Na reta final, Tite partiu para o tudo ou nada e colocou atacantes em campo - o time terminou o jogo com cinco em campo. A tática resultou em pressão. Aos 37, sobra de escanteio caiu nos pés de Danilo, que isolou. Com 40, em nova bola aérea, Thiago Silva escorou para fora. Um minuto depois, Richarlison desviou para trás e Martínez fez intervenção valiosa.
Na jogada seguinte, Messi teve e a chance de definir o jogo. Em contra-ataque veloz, a bola caiu nos pés do camisa 10. Livre, ele se perdeu no domínio e deu tempo para o goleiro Éderson se recuperar e segurar a bola. Nos acréscimos, a Argentina voltou a valorizar cada lance para vencer os cinco minutos adicionais. Aos 47, De Paul invadiu a área em liberdade. Éderson, outra vez, cresceu para impedir novo gol argentino. Porém, as intervenções não fizeram diferença no resultado.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0
Éderson; Danilo, Thiago Silva, Marquinhos, Renan Lodi (Emerson); Casemiro, Fred (Roberto Firmino), Lucas Paquetá (Gabigol); Neymar, Éverton Cebolinha (Vinícius Jr.) e Richarlison. Técnico: Tite
Amarelos: Fred, Renan Lodi, Lucas Paquetá e Marquinhos
ARGENTINA 1
Martínez; Montiel, Romero (Pezzella), Otamendi, Acuña; Paredes (Guido Rodríguez), Lo Celso (Tagliafico), Dí Maria (Palácios); De Paul, Messi e Lautaro Martínez (Nicolás González). Técnico: Lionel Scaloni
Gol: Di María
Amarelos: Paredes, Lo Celso, De Paul, Otamendi e Montiel
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Público: Não divulgado
Árbitro: Esteban Ostojich (URU)