Finalista da Copa América pela quarta vez no século depois de vencer o Peru por 1 x 0, ontem, no estádio Nilton Santos, no Rio, a Seleção Brasileira começa a lembrar aquele time de futebol “feroz” em campeonatos estaduais e “manso” nas competições nacionais. Recordistas de títulos mundiais, os pentacampeões conquistaram a Copa do Mundo em 2002 e chegaram à semifinal em 2014. Nas outras outras duas, não foram além das quartas.
Sábado, no Maracanã, o Brasil terá a chance de conquistar o título continental, onde sobra contra os concorrentes, pela quarta vez desde 2001. O adversário será conhecido hoje, a partir das 22h, no Mané Garrincha, no duelo entre Argentina e Colômbia (leia matéria ao lado). O Brasil ganhou o título sul-americano em 2004, 2007 e 2019. O bi dos atuais campeões seria o décimo troféu verde-amarelo. O Uruguai tem 15 taças seguido pela Argentina (14).
A expectativa é por uma decisão contra a Argentina. A maior rivalidade da América do Sul decidiu o título em 2004 e em 2007, ambos com triunfos do Brasil nas edições realizadas, respectivamente, no Peru e na Venezuela.
A exibição do Brasil na vitória de ontem lembrou, mais uma vez, aquele Corinthians campeão brasileiro de 2015 do Tite. Fez 1 x 0 e segurou o placar. Há seis anos, o Corinthians ganhou o título nacional com 12 vitórias por um gol de diferença. Havia sido assim contra o Chile nas quartas e a Colômbia na fase de grupos.
Ontem, a Seleção foi bipolar. Na primeira etapa, a velocidade do quarteto ofensivo Neymar, Firmino, Lucas Paquetá e Everton Cebolinha acelerou e confundiu a marcação do Peru. Na etapa final, Ricardo Gareca mudou a postura do adversário. Abriu mão do sistema 5-4-1 e ameaçou o Brasi em pelo menos dois lances. Irreconhecível, a Seleção passou a especular contra-ataques, não conseguiu, e atraiu o adversário.
O gol da vitória nasceu em uma triangulação. Richarlison acionou Neymar. O atacante invadiu a área pela esquerda, passou a bola entre as canetas de Callens e serviu Lucas Paquetá. O meia vinha na corrida e finalizou firme para o fundo da rede de Gallese. Antes, o arqueiro peruano havia salvado seus colegas com duas defensas geniais.
Cauteloso no primeiro tempo, o Peru teve mais posse de bola do que o Brasil na etapa final. Sob pressão, Tite contou com intervenções do ponto forte, a defesa, para evitar o empate. Ederson precisou entrar em ação para segurar a classificação à segunda decisão de título em cinco anos de Era Tite. O futebol dá para o gasto na Copa América, mas é aquém do altíssimo nível que será exigido no Catar em 2022.