Futebol

Brasil elimina Egito e avança à semifinal para revanche com o México

Atual campeã, Seleção continuará defesa do título e está a um jogo de confirmar no mínimo a medalha de prata nos Jogos de Tóquio. Brasil terá revanche contra o México na terça em reencontro dos finalistas de Londres-2012

Marcos Paulo Lima
postado em 31/07/2021 08:52 / atualizado em 31/07/2021 10:00
Decisivo pelo segundo jogo decisivo, Matheus Cunha comemora com Richarlison, autor da assistência para o gol do Brasil -  (crédito: Charly Triballeau/AFP)
Decisivo pelo segundo jogo decisivo, Matheus Cunha comemora com Richarlison, autor da assistência para o gol do Brasil - (crédito: Charly Triballeau/AFP)

A Seleção está pela oitava vez em 14 participações na semifinal do torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos. Na manhã deste sábado, os comandados de André Jardine venceram o Egito por 1 x 0 no Saitama Stadium, a cerca de 40km da capital japonesa Tóquio. Com o resultado, os atuais campeões olímpicos repetem os desempenhos de Montreal-1976, Los Angeles-1984, Seul-1988, Atlanta-1996, Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016m quando terminou entre os quatro melhores da competição.

Semifinalista olímpico pela primeira vez, o lateral-direito Daniel Alves admitiu que a classificação deveria ter sido mais fácil."Podíamos ter feito mais um gol. Mas não existe jogo fácil. As equipes evoluíram muito, criam dificuldades, mas em nenhum momento perdemos o controle. Tivemos chances para fazer mais gols e o placar acabou sendo injusto pelas chances que criamos", avaliou em entrevista à tevê Globo.

O Brasil continua firme no propósito de repetir o feito da arquirrival Argentina. Os hermanos conquistaram o bicampeonato olímpico em edições consecutivas em Atenas-2004 e Pequim-2008. Além do país vizinho, somente Grã-Bretanha, Uruguai e Hungria fizeram a dobradinha.

A trupe de Richarlison e companhia voltará a campo na madrugada de terça-feira, às 5h, em Kashima, contra o México. Os campeões de Londres-2012 golearam a Coreia do Sul por 6 x 3. As duas seleções foram protagonistas da decisão do ouro há nove anos os mexicanos triunfaram por 2 x 1, em Wembley. Favorita ao título por contar com seis jogadores que disputaram a Euro-2020, a Espanha desbancou a Costa do Marfim de virada, por 5 x 2, e também está na semifinal. Anfitrião, o Japão desbancou a Nova Zelândia nos pênaltis e enfrentará a Fúria na outra semifinal. Campeã em Barcelona-1992, a Espanha sonha com o bicampeonato.

Como esperado, o primeiro tempo foi um jogo de paciência. O Egito não mudou o plano usado na fase de grupos contra Espanha, Argentina e Austrália. Os campeões da Copa Africana de Nações Sub-23 estavam organizadas no 5-4-1 sem a bola e no 3-5-2 com a posse dela. Os Faraós começaram tentando congestionar a área do Brasil e criaram oportunidade com Tawfik. O ala-direito finalizou com perigo, mas o goleiro Santos estava atento ao lance.

Aos poucos, o Brasil foi ganhando território e impondo. Antony arriscou para fora. Richarlison aproveitou rebote da defesa egípcia e acertou o rosto do goleiro El Shenawy. Douglas Luiz tentou de fora da área, mas a bola subiu demais. Aos 36 minutos, Richarlison recebeu a bola de Claudinho, rolou para o meio da área e Matheus Cunha acertou o canto direito do Egito para abrir o placar e dar tranquilidade ao time para lidar com o paredão do adversário. O segundo passou perto depois de uma cobrança de falta de Douglas Luiz.

O Brasil voltou para a etapa final decidido a resolver logo o jogo. Com menos de dois minutos, Antony e Matheus Cunha desperdiçaram duas oportunidades. As duas finalizações foram tortas. Na mais perigosa delas, o goleiro El Shenawy conseguiu desviar a bola para escanteio.

Com a vantagem construída na etapa inicial, o Brasil tornou o segundo tempo bem fácil do que o primeiro, mas abusou de desperdiçar gols. Paulinho perdeu excelente oportunidade ao chutar em cima do goleiro do Egito. A vantagem, que poderia ser de dois ou três gols, foi deixando o jogo tenso e encorajando os Faraós. O Egito passou a rondar a área do Brasil, mas a zaga brasileira controlava as tramas do adversário e tentava acionar os contra-ataques. O Egito passou a alçar bolas na área, arriscou chutes de meia distância, mas o Brasil segurou um placar que poderia ter sido mais dilatado. 

Autor do gol da vitória, o centroavante Matheus Cunha deixou a partida contundido e foi substituído pelo meia-atacante Paulinho. O jogador sofreu contratura, será observado e avaliado nas próximas 24 horas e, inicialmente, não preocupa para a sequência da competição. 

 

FICHA TÉCNICA

 

1 BRASIL (1-4-3-3)
Santos;
Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana;
Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho (Reinier);
Antony (Malcom), Matheus Cunha (Paulinho) e Richarlison (Gabriel Menino)
Técnico: André Jardine

0 EGITO (1-5-4-1)
El Shenawy;
El Eraki (Ashour), Osama Galal, Hegazy, El Wench e Fotouh;
Akram Tawfik, Ammar Hamdy, Ammar, Taher Mohamed (Maher) e Ramadan Sobhi;
Rayan (Mohsen)
Técnico: André Jardine

Local: Saitama Stadium, em Saitama
Gol: Matheus Cunha, aos 36 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Antony (Brasil) e Akram Tawfik (Egito)
Público e renda: portões fechados
Árbitro: Chris Beath (Austrália)

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