Longe de encontrar o Mané Garrincha lotado, como o Flamengo costumava jogar em Brasília antes da pandemia de covid-19, a empolgação dos 5.518 torcedores foi multiplicada pela saudade de acompanhar um jogo de perto na noite desta quarta-feira (21/7), pelas oitavas de final da Libertadores. O clube carioca ampliou a vantagem de 1 x 0 do primeiro jogo logo no início, com Rodrigo Caio, mas sofreu o empate ainda no primeiro tempo e viu o duelo se complicar no segundo. Aflição que durou até Arrascaeta voltar a colocar o rubro-negro na frente e abrir a porteira. Vitinho marcou mais duas vezes e completou a vitória por 4 x 1 que classificou o Flamengo às quartas de final do torneio continental.
O alvoroço nas arquibancadas começou com a entrada dos jogadores no campo para o aquecimento. Os cantos e gritos voltaram a se intensificar com o apito inicial do jogo. No primeiro lance do rubro-negro, Bruno Henrique arrancou pela esquerda até a linha de fundo e parou na defesa, que tirou para escanteio. De volta ao time após desconforto muscular, o atacante acenou com os braços chamando a torcida, que atendeu prontamente. Ele também matava a saudades daquela trilha sonora. Aos 8 minutos, o barulhou no estádio explodiu de uma só vez, como se o Mané Garrincha estivesse lotado: gol do Flamengo, com Rodrigo Caio, de cabeça, em escanteio.
Aos 15, uma tabela entre Gabigol e Everton Ribeiro pela direita fez a bola chegar na segunda trave para Bruno Henrique desviar. Mas foi a vez de o atacante compartilhar com vários torcedores o desespero de ver a bola parar na trave, deixando o grito dos flamenguistas entalados na garganta. Aos 24, Arrascaeta arrancou aquele “uhhhh” das arquibancadas ao bater uma falta pela esquerda no travessão de Unsain. Aos 28, um som de bronca ecoou no estádio diante da chegada dura de Paredes sobre Bruno Henrique. A falta rendeu cartão amarelo ao argentino.
Na cobrança levantada na área, a cabeçada de Gustavo Henrique passou muito perto do gol e incentivou a galera a puxar o tradicional coro “Vamos, Flamengo. Vamos ser campeão”. Mas, aos 39, quando a partida parecia completamente controlada, o time brasileiro se complicou para sair jogando. Diego recuou no fogo para o xará Diego Alves, que tentou afastar, mas o chute bateu em cima do adversário e entrou no gol. O empate recolocou o Defensa y Justicia no jogo. Apesar da bobeada no fim do primeiro tempo, o time saiu para o intervalo aplaudido e o goleiro flamenguista teve o nome gritado, como incentivo.
Segundo tempo começa tenso e termina em festa
Quem não devia estar sentindo muita falta da torcida eram os árbitros. Aos 9 minutos do segundo tempo, o chileno Roberto Tobar foi alvo de palavrões lançados em coro contra a marcação da falta de Everton Ribeiro no meio do campo que lhe rendeu o cartão amarelo. A questão é que o tom da torcida havia mudado. Era reflexo de um Defensia y Justicia mais solto na volta do intervalo, enquanto os comandados de Renato Gaúcho mostravam-se mais cautelosos para não se expor. Os cantos na arena candanga ganharam função de motivar o time.
Everton Ribeiro, por exemplo, saiu de campo bastante aplaudido para a entrada de Michael, aos 19 minutos. Substituição que reaqueceu a partida. Na primeira participação de Michael na partida, o atacante acertou um chutaço no travessão. No rebote, Arrascaeta voltou a colocar o Flamengo na frente do placar com gol de cabeça: 2 x 1. O nome de Michael foi cantado no Mané Garrincha.
Mas Vitinho, que entrou aos 35 do segundo tempo, no lugar de Bruno Henrique, quis sentir o mesmo gostinho. Com dois minutos em campo, o atacante recebeu a bola próximo da grande área pela direita, limpou a marcação e soltou a canhota para o fundo das redes. Vitinho ainda marcou mais um no último minuto do jogo. Willian Arão encontrou Michael aberto pela esquerda, que arrancou em velocidade, tocou para Gabigol dentro da área e o camisa 9 deixou para Vitinho se consagrar e ouvir o nome sendo cantado pelos torcedores.
Autoridades no Mané
Com 5 x 1 no placar agregado, o Flamengo carimbou a vaga nas quartas de final da Libertadores, que encara Internacional ou Olimpia, em agosto. Autoridades assistiram à classificação rubro-negra de dentro do estádio. O presidente da República, Jair Bolsonaro, acompanhou a partida do camarote presidencial, ao lado da esposa Michelle Bolsonaro, e chegou a acenar para alguns torcedores. Já o presidente do clube, Rodolfo Landim, preferiu assistir ao duelo da arquibancada inferior, entre os flamenguistas.
Ficha técnica
Flamengo 4
Diego Alves, Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Willian Arão, Diego, Everton Ribeiro (Michael), Arrascaeta; Bruno Henrique (Vitinho) e Gabigol.
Técnico: Renato Gaúcho.
Defencia y Justicia 1
Unsain; Matías Rodríguez, Paredes, Frías, Cardona, Soto; Escalante (Merentiel), Loaiza (Rivero), Rotondi (Lucas Barrios); Contreras, Walter Bou (Tripichio).
Técnico: Sebastián Beccacece.
Cartões amarelos: Gabigol, Everto Ribeiro, Diego (Flamengo); Frías, Paredes (Defensa)
Gols: Rodrigo Caio, aos 7min do primeiro tempo, Arrascaeta, aos 20min, e Vitinho, aos 37min e aos 49min do segundo tempo (Flamengo); Loaiza, aos 39min do primeiro tempo (Defensa)
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Público: 5.518 pagantes
Renda: R$ 984.440
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
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