Copa América

Geração 91 pode dar quinto título ao Brasil na Copa América

Em entrevista ao Correio, Danilo, Casemiro e Neymar lembram as conquistas na base e nas Copas América e das Confederações

Marcos Paulo Lima
postado em 10/07/2021 00:37 / atualizado em 10/07/2021 18:02
 (crédito: Luis Acosta/AFP - 20/8/11 )
(crédito: Luis Acosta/AFP - 20/8/11 )

Em tempos de exaltação às gerações belga, inglesa e espanhola, o Brasil também tem seus ex-meninos de ouro. O marco é 2011. Naquele ano, a Seleção conquistou o Sul-Americano Sub-20, no Peru, e o Mundial Sub-20, na Colômbia, sob o comando do técnico Ney Franco, com uma geração que tinha, entre outros, quatro jogadores convocados por Tite para a Copa América. Danilo, Casemiro e Neymar serão titulares na final contra a Argentina, neste sábado (10/7), às 21h, no Maracanã. Alex Sandro é um dos suspenses de Tite.

Nascidos em 1991 e 1992, eles tiveram pelo menos um representante nas últimas duas conquistas do Brasil em torneios profissionais. Neymar, Fernando, Oscar e Lucas Moura, os três últimos esquecidos por Tite, estavam no elenco campeão da Copa das Confederações no Maracanã, em 2013. Danilo, Alex Sandro e Casemiro foram campeões da Copa América em 2019, também no Maracanã. Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Neymar foi o protagonista da conquista do inédito ouro.

“É uma geração muito talentosa que reunimos no Sub-20, quando conquistamos o Sul-Americano e depois o Mundial Sub-20. O Brasil é um país muito rico de grandes jogadores, talentos, que acabam aparecendo”, disse Neymar ao Correio na entrevista virtual organizada pela CBF na quinta-feira.

“Hoje, a gente tem o mais novo aqui, que é o Vinicius Junior, que tem tudo para ser um dos maiores jogadores também. A gente fica feliz. Entre nós, a gente só conversa sobre as histórias que passamos juntos lá no começo ao longo do caminho e hoje somos os mais coroas da Seleção Brasileira. Temos orgulho da nossa geração, que conseguiu tíutlos importantes para a Seleção”, afirmou Neymar.

Casemiro pode ser bi da Copa América. “É gostoso você ouvir que uma geração de tanto tempo vem jogando junto. Tem o Alisson, também, que não esteve nessas competições, mas frequentou as seleções de base. Isso é importante. Mostra que a base é importantíssima para nós. Você faz um bom trabalho e tem a recompensa na Seleção principal”, respondeu à reportagem.

A geração 1991 amadureceu com derrotas. Danilo, Alex Sandro e Neymar ficaram com a prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Perderam a final para o México. “É um motivo de orgulho ser lembrado. Essa geração fez um trabalho de excelência lá atrás, conseguiu ganhar títulos. O mais difícil no futebol de alto nível é dar continuidade aos resultados e ao nível do jogo. Destaco a força mental dessa geração para chegar em um patamar alto e se manter aqui. Eu fico muito satisfeito de chegar à final da Copa América como um dos representantes dessa geração e espero que todos se sintam representados por nós”, disse Danilo, em entrevista ao Correio.

 

5 pontos chave do Brasil na decisão

 

NEYMAR

O amigo de Messi é decisivo em jogos valendo troféu. Em 2013, fez gol no Maracanã na final da Copa das Confederações contra a Espanha. Em 2016, marcou na decisão da medalha de ouro contra a Alemanha. O último gol do Barcelona no título da Champions League de 2015 contra a Juventus foi de Neymar. Em contrapartida, há preocupação com o temperamento de Neymar. Nesta temporada, foi expulso duas vezes contra Olympique de Marselha e Lille. O controle emocional do craque é fundamental para o sucesso do Brasil.

 

DANILO E ALEX SANDRO OU LODI

Depois da era de Daniel Alves e Maicon na lateral direita e de Marcelo e Filipe Luís na esquerda, o Brasil aprende a ter confiança em Danilo e Alex Sandro ou Renan Lodi. O equilíbrio ofensivo e defensivo dos dois laterais do Brasil é fundamental para dar suporte ao ataque com cinco jogadores, como gosta Tite com a bola (2-3-5) e para a ajuda a Thiago Silva, Marquinhos, Casemiro e Fred no posicionamento defensivo. A defesa do Brasil sofreu dois gols nos últimos 10 jogos, mas duelará com Di María, Messi e Lautaro Martínez.

 

CASEMIRO

O Brasil é muito dependente do seu principal volante. Quando ficou sem ele nas quartas de final da Copa da Rússia, em 2018, em um jogo de altíssimo nível como o de hoje contra a Argentina, perdeu para a Bélgica, por 2 x 1. Casemiro e Messi são adversários nos clássicos entre Real Madrid e Barcelona. É natural que haja um duelo entre eles. Messi gosta de jogar nas costas dos volantes adversários. Casemiro precisa tomar cuidado com as faltas. Por outro lado, o volante vive sua temporada mais artilheira: 7 gols pelo Real e 1 na Seleção.

 

TITE

O técnico da Seleção perdeu apenas quatro jogos. Dois deles justamente para Argentina nas eras Jorge Sampaoli e Lionel Scaloni. Tite precisa corrigir um problema: demora a reagir quando é surpreendido pelo sistema tático do técnico adversário. Foi assim na derrota para a Bélgica por 2 x 1 nas quartas de final da Copa da Rússia e no segundo tempo da vitória por 1 x 0 contra o Peru na semifinal da Copa América. Nos dois casos, Roberto Martínez e Ricardo Gareca surpreenderam o técnico do Brasil e conseguiram amarrar o estilo de jogo da Seleção.

 

GABRIEL JESUS

O Brasil não terá seu camisa 9. Gabriel Jesus está suspenso por causa da expulsão contra o Chile. O centroavante tem ocupado com sucesso a extrema direita do ataque do Brasil. O substituto dele é uma incógnita. Lucas Paquetá, autor dos gols contra Chile e Peru, Richarlison e Everton “Cebolinha” ocuparam o setor, mas nenhum deles no nível de Jesus. Gabigol também atua naquele setor, mas não parece ter a confiança de Tite. Portanto, a escolha do substituto de Gabriel Jesus é uma peça-chave do quebra cabeça da final.

 

5 pontos chave da Argentina na final


MESSI

O desempenho do jogador eleito seis vezes melhor do mundo é próximo da perfeição. É o artilheiro do torneio com quatro gols e cinco assistências. Participou diretamente de nove dos 11 gols da seleção. É o jogador da Copa América que mais ganhou duelos ofensivos (69), líder em passes progressivos (42) e tem precisão de 92% nos passes no último terço do campo. Vice da Copa do Mundo no Maracanã, em 2014, está motivadíssimo para quebrar o jejum pessoal e da Argentina.

 

INÍCIO ARRASADOR

A Argentina fez o primeiro gol do jogo em todas a seis partidas nesta Copa América. Das 11 bolas na rede, oito foram no primeiro tempo e seis antes dos 15 minutos de jogo. A seleção de Lionel Scaloni inicia as partidas tomando as rédeas. Resta saber se fará o mesmo contra o Brasil, hoje, no Maracanã. Messi e companhia têm feito pressão no campo do adversário. Messi e De Paul são os maiores ladrões de bola no último terço do campo adversário seguidos por Guido Rodríguez e o atacante Lautaro Martínez.

 

SOLIDEZ DEFENSIVA

A Argentina levou apenas dois gols nesta Copa América, um a mais do que o Brasil. O técnico Lionel Scaloni conseguiu conciliar poder ofensivo e defensivo. Leandro Paredes e Guido Rodríguez são os símbolos dessa pegada no meio de campo. Guido recuperou 34 bolas neste torneio, sendo 16 no campo adversário. O zagueiro Otamendi é o xerife da zaga. Ganhou 44 de 64 duelos nesta Copa América e recuperou 35 bolas. Há um detalhe curioso para o Brasil se atentar: Pezzella costuma acionar Messi com passes longos. Ele acionou o capitão quatro vezes nesta Copa América.

 

BOM PASSE

A evolução do trabalho de Lionel Scaloni conseguiu colocar em campo jogadores com qualidade na troca de passes. Com isso, facilitou o trabalho de Messi no time. A média de acerto da Argentina na troca de passes tem sido de 87% no torneio. A maioria dos jogadores supera a média de 80%. O zagueiro Pezzella lidera as estatísticas, seguido pelo companheiro de zaga Otamendi. Ambos garantem uma saída de jogo segura à seleção. No meio de campo, Paredes e Lo Celso mantêm o padrão alto nas trocas de passes.

 

MESSIDEPENDÊNCIA

Embora o jogo coletivo da Argentina esteja em evolução para a Copa do Qatar-2022, os comandados de Lionel Scaloni ainda exigem muito de Messi. Assim como Neymar no lado do Brasil, o camisa 10 continua sendo a principal arma da esquadra. As atenções da marcação voltadas para Messi devem dar espaço a Lautaro Martínez, autor de dois gols nesta Copa América. Papu Gómez, Guido Rodríguez e De Paul também constumam aproveitar os espaços. A dependência de Messi gera um outro problema. Quando marca o primeiro gol, o time recua para ajudar o craque a descansar e é pressionada. A posse de bola costuma cair para 50% e até 45%.

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Luis Diáz dá terceiro lugar à Colômbia

 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press

Colômbia e Peru esquentaram em campo o frio de 17 graus, ontem, na despedida do Mané Garrincha da Copa América.

Após um primeiro tempo morno, em que a Colômbia começou melhor, mas não foi efetiva, o Peru chegou com perigo por três vezes no primeiro tempo, abrindo o placar com Yotún.

O segundo tempo, porém, pegou fogo. Cuadrado empatou de falta e Luis Díaz virou. Lapadula voltou a deixar tudo igual para o Peru, Nos acréscimos, Díaz garantiu a medalha para “Los Cafeteros” com um golaço no ângulo, de fora da área. A partida terminou 3 x 2.

Aos 3 minutos de jogo, a tentativa de Barrios lançar Luis Díaz na velocidade ao ataque deu mostras de qual foi a principal arma ofensiva da Colômbia nesta Copa América. Ao lado de Cuadrado, a estrela da equipe e do Porto estava em noite estrelada. A Colômbia até começou a partida com mais posse de bola no campo ofensivo, mas não conseguiu infiltrar a area adversária.

O gol peruano saiu em um contra-ataque no fim do primeiro tempo.Peña iniciu uma jogadaça com um chapéu em cima do Cuéllar e passou para Cueva. Ele conduziu em velocidade pela esquerda, cortou para o meio e passou na medida para Yotún, na entrada da área, apenas tirar do goleiro.

A Colômbia voltou ligada para o segundo tempo e empatou aos três minutos, em cobrança de falta. Cuadrado bateu colocado, a bola passou no meio da barreira e entrou no canto do goleiro Gallese.

Aos 12, Lapadula acertou o travessão. Aos 20 minutos, Luis Díaz marcou o gol da virada colombiana após contra-ataque puxado por Cuadrado. Aos 37, Lapadula voltou a deixar tudo igual, de cabeça, após escanteio.

Mas a noite era mesmo para presentear Luis Díaz. Quando o jogo caminhava para a decisão nos pênaltis, o camisa 14 colombiano tabelou com Muriel, que devolveu de calcanhar para Díaz. Ele acertou o ângulo nos acréscimos. O camisa 14 da Colômbia chegou ao quarto gol e garantiu o honroso terceiro lugar.

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