Vaga na base do suor

Com um a menos durante todo o segundo tempo, Brasil segura o Chile e conta com gol de Lucas Paquetá para garantir vaga nas semifinais da Copa América. Rival pela decisão será o Peru, que tirou o Paraguai

Correio Braziliense
postado em 03/07/2021 00:19
 (crédito: Mauro Pimetel/AFP)
(crédito: Mauro Pimetel/AFP)

No primeiro grande desafio da Copa América, a expectativa era ver um Brasil mais envolvente. Porém, a vitória sobre o Chile, por 1 x 0, no castigado gramado do Nilton Santos, no Rio, foi construída na base da superação. Com um a menos durante todo o segundo tempo, o time brasileiro precisou abdicar do ataque para se fortalecer defensivamente, mas conseguiu segurar o placar e garantiu a classificação para as semifinais.

Antes da expulsão, ainda no primeiro tempo, o Brasil mudou o estilo pela postura chilena. A La Roja subiu a marcação e complicou a tarefa de criar espaços. O panorama marcou os primeiros minutos. Aos poucos, os brasileiros incomodaram. Aos 21, Firmino pegou de canela e desperdiçou boa trama de Neymar. Cinco minutos depois, Vargas tirou Thiago Silva para dançar e chutou bem, mas parou no goleiro Ederson.

As principais jogadas brasileiras saíam do trio Firmino, Neymar e Jesus. O gramado do Nilton Santos era um rival extra e impedia velocidade na troca de passes. Mesmo assim, o Brasil chegou. Aos 42, Gabriel Jesus bateu com força, mas não passou pelo goleiro Bravo. Mesmo fazendo um bom jogo, o Chile pecava na evolução das jogadas em direção ao gol.

No segundo tempo, o Brasil foi do céu ao inferno em três minutos. Na primeira volta do relógio, Lucas Paquetá balançou as redes. O camisa 17 tabelou com Neymar, invadiu a área e bateu sem chances para Bravo. O alívio, porém, durou apenas 60 segundos. Em lance displicente, Gabriel Jesus ergueu demais a perna, acertou o rosto de Mena e foi expulso de forma direta pela arbitragem.

Com um a mais, o Chile ganhou campo para buscar o empate e deu um susto aos 16. Vargas recebeu passe de Pulgar e empurrou para o gol sem goleiro, mas a jogada foi impugnada por impedimento na origem. Com 20, o Brasil deu um respiro. Neymar fez jogada individual, mas não foi além. Aos 23, Brereton mandou de cabeça no travessão de Ederson. Aos 32, o goleiro apareceu bem em finalização de Meneses.

O Chile continuou empurrando o Brasil para o campo de defesa, mas era ineficiente nas tentativas de marcar. Afastando qualquer chegada adversária, os brasileiros seguraram o resultado. "Foi a classificação de todos. Independente do gol, a entrega e a dedicação em campo, mesmo com um a menos, fizeram valer a vaga", avaliou Paquetá.

"A cada dia que passa, vamos tendo provas para nos fortalecer e provar que podemos jogar em qualquer circustância. Foi uma fatalidade do Jesus. Ele viu apenas a bola e não o adversário. Tivemos que suportar. O Chile é qualificado e com um a menos é bem difícil. Está todo mundo de parabéns", completou Neymar. O adversário, agora, será o Peru, que mais cedo despachou o Paraguai nos pênaltis, após empate alucinante, por 3 x 3.

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Mané recebe o Uruguai

Os outros dois semifinalistas da Copa América 2021 serão definidos, hoje, em partidas com promessa de bom futebol. No Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, o Uruguai encara a Colômbia, às 19h, com a meta de convencer e mostrar, enfim, bom futebol. Às 22h, no Olímpico, em Goiânia, a Argentina entra em campo com o dever de provar o favoritismo diante do Equador.

Sem desfalques, os uruguaios contam, ainda, com a força da tradição para não ter problemas. "O Uruguai, historicamente, demanda muito respeito. Esta camisa impõe respeito. É sempre uma seleção que vai competir”, garantiu o zagueiro Giménez. Na Colômbia, o clima é de preocupação pelos desfalques de Cuadrado e Matheus Uribe. “Complicou a situação com essas ausências importantes, vitais na estrutura que consolidamos”, admitiu o técnico Reinaldo Rueda.

Apesar do protagonismo argentino, o treinador Lionel Scaloni prometeu cautela. “O Equador é um rival de máxima dificuldade. Devemos respeitá-lo e entrar em campo com humildade. Será um jogo muito difícil.” Em Goiânia, Messi fará o primeiro jogo desde o fim do vínculo com o Barcelona. No Equador, o técnico argentino Gustavo Alfaro tenta surpreender os compatriotas. “Vou continuar apostando no protagonismo da minha equipe”, garantiu.

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