O brasiliense Igor Magalhães, de 33 anos, é um dos milhares de fãs de Lionel Messi. Poucos, porém, impressionaram o craque argentino a ponto de o jogador eleito seis vezes melhor do mundo publicar nas redes sociais que gostaria de encontrá-lo para dar um autógrafo. Esse nem era o desejo do torcedor morador de Sobradinho quando tatuou as costas inteiras com uma ilustração do astro. “Nunca foi intencional fazer a tatuagem para ter vantagem para conhecer o Messi. Era algo que eu queria para mim. Tudo isso que aconteceu nunca foi planejado”, conta Igor.
A tatuagem feita em 2019 levou 36 horas, divididas em três dias, em Porto Alegre, com o tatuador Tony Vilella. O motivo da escolha foi o estilo do profissional, a disponibilidade na agenda e o preço mais em conta em comparação aos que havia pesquisado. Mesmo assim, desembolsou R$ 10 mil. Em 2020, Igor tinha a intenção de viajar para a Espanha, tentar visitar o estádio Camp Nou, em Barcelona, e, claro, tietar o ídolo. Mas a pandemia adiou os planos.
Eis que, entre muitas polêmicas, a Copa América 2021 veio para o Brasil e com dois jogos da Argentina, em Brasília, na primeira fase. “Apesar de saber que a Copa América não deveria nem ser jogada, por conta da pandemia, surgiu a oportunidade de eu chegar perto do Messi, então tentei correr atrás de ter um abraço ou qualquer coisa assim”, conta Igor. Na sexta passada, quando a Argentina venceu o Uruguai (1 x 0), o torcedor fez a primeira tentativa sem sucesso de ver Messi na porta do Windsor Plaza, hotel onde a delegação estava concentrada.
No dia seguinte, Igor voltou a marcar presença no hotel para ver a saída da delegação argentina rumo ao treino. O brasiliense foi abordado por um repórter de um canal de televisão argentino (TyC). “Como o jornalista me perguntou várias coisas em espanhol e muito rápido, eu não entendi nada. Então, só virei e mostrei a minha tatuagem”, conta. A tevê publicou a imagem nas redes sociais, e o próprio Messi comentou na publicação que estava impressionado e disse que gostaria de autografar a tatuagem.
“Foram três dias sem dormir”, relata Igor, após ver a interação do ídolo. Dois dias depois, a seleção argentina voltou a se hospedar em Brasília, e os jornalistas argentinos ajudaram a promover o encontro entre Igor e
Messi na primeira vez que o craque se aproximou do público na entrada do hotel. A interação não durou mais de 5 minutos. Cercado por seguranças, o jogador pegou uma caneta e autografou as costas de Igor próximo à tatuagem.
“Só consegui cumprimentá-lo com um soquinho e dizer ‘gracias, Messi’”, lembra Igor. O local do encontro do camisa 10 fica a menos de 1 km de distância do estádio onde assistiu pela única vez ao ídolo jogando in loco. Igor esteve no Mané Garrincha na vitória da seleção argentina sobre a Bélgica, por 1 x 0, na Copa do Mundo de 2014. “Eu calculei que a Argentina chegaria às quartas de final e comprei o ingresso antecipadamente para assistir ao Messi. Deu certo”, comemora. O complemento da tatuagem com a assinatura também foi eternizada na pele, mas pelo tatuador.
“Eu nunca tive nenhum desprezo pela seleção argentina, pelo contrário, gosto da escola argentina de futebol, assim como gosto da brasileira”, diz Igor. Como um bom amante do esporte, Igor também joga bola e tem características de atacante, veloz e driblador. A inspiração da infância foi Ronaldinho Gaúcho. “Aí chegou o Messi e começou a fazer tudo melhor e sem precisar fazer uma firula, dar um chapéu. O Messi dá uma finta de corpo e está perto do gol. Ele consegue achar o atalho do gol mais rápido”, avalia Igor.
Desde 2005, quando o argentino começou a aparecer no Barcelona, a admiração desse brasiliense só cresce onde quer que o craque jogue. A torcida é para que ele continue defendendo o clube catalão. “Se ele quiser vir para o São Paulo, também não tem problema”, brinca. “É triste que ele esteja no fim de carreira, mas estamos juntos até o final”, ressalta Igor. Apesar de que isso nem precisaria ser dito em palavras, afinal tem imagens que falam por si.