Ontem, o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, se transformou em um pedacinho de Buenos Aires. Pelo menos foi desta forma que Lionel Messi e companhia se sentiram durante o clássico do Rio da Prata contra o Uruguai, pela segunda rodada da Copa América. Na milésima atuação na história, a alviceleste foi mais consistente, letal quando preciso, cercou o ataque uruguaio e venceu, por 1 x 0. No confronto de grandes artilheiros contra Cavani e Suárez, o camisa 10 portenho foi a estrela de mais lampejos na noite de céu limpo na capital federal. Cirúrgico, foi ele quem criou as melhores chances do jogo válido pelo Grupo A.
Insinuante nas transições, a Argentina tomou o campo de ataque desde os primeiros minutos de jogo. Principal válvula de escape alviceleste, Messi era o mais acionado e criou boa chance defendida por Muslera aos sete. Com 12, o camisa 10 trabalhou bem cobrança curta de escanteio e cruzou para Rodríguez cabecear. A bola ainda beijou a trave antes de encontrar a rede. Acuado, o Uruguai tinha dificuldades. Cavani foi quem mais buscou o jogo. Porém o momento de maior destaque foi uma tentativa de conseguir um pênalti. Wilton Sampaio não caiu na simulação e o VAR referendou a decisão.
Marcação
Pressionada no campo de defesa, a Argentina não conseguiu ser fatal nos contra-ataques. Aos 27, em nova escapada veloz de Messi, Molina perdeu a chance de ampliar a vantagem do time portenho ainda na etapa inicial. Na volta do intervalo, o jogo ganhou um ritmo bastante pegado. A constante pressão das defesas complicou a vida dos astros em campo. Com a mesma postura, o Uruguai apostou nas bolas longas. Sem sucesso. Cercada, a Argentina também passou a rifar o jogo conforme os atacantes do adversário forçavam a marcação.
O ritmo preguiçoso, mas pegado, fez a melhor chance uruguaia ser um cruzamento ríspido de Viña. Os artilheiros Cavani e Suárez se esticaram, mas não o suficiente para tocar na bola empatar. Aos 34, Messi retomou o jogo. Primeiro, deixou os marcadores na saudade e foi parado apenas com falta. Na cobrança, o camisa 10 atraiu todos os olhares, mas carimbou a barreira. No minuto seguinte, criou nova chance, mas, cercado, foi desarmado na área. Com a Argentina satisfeita com o placar mínimo, ele passou a ser acionado para diminuir a temperatura do jogo e manter a bola no ataque, e assim fez.
No jogo onde quatro dos dez maiores artilheiros em atividade no futebol mundial pisaram na arena da capital federal, um gol solitário e de um coadjuvante — assistido por um dos protagonista — foi suficiente para garantir a vitória portenha. Com seis pontos em dois jogos, a Argentina volta ao Distrito Federal na próxima segunda-feira. Desta vez, a alviceleste medirá forças com o Paraguai, às 21h, no Estádio Nacional Mané Garrincha. No mesmo dia, mas às 18h, o Uruguai tentará iniciar uma reação imediata do revés no clássico contra o Chile, na Arena Pantanal, em Cuiabá.