A Conmebol confirmou no início da noite de ontem o que o Correio antecipou no blog Drible de Corpo na tarde de quarta-feira: o duelo entre Brasil e Venezuela abrirá a Copa América no próximo sábado, dia 13, às 18h, no Mané Garrincha. Houve articulação forte nos bastidores durante a confecção da tabela para que Brasília recebesse não somente um, mas oito jogos : cinco na primeira fase e três no mata-mata: quartas de final, semi e decisão do terceiro lugar (leia calendário oficial ao lado). A final está confirmada para o Maracanã, no Rio de Janeiro, em 10 de julho. a Cidade Maravilhosa também terá como palco o Nilton Santos (7 jogos) Olímpico, em Goiânia (7) e Arena Pantanal, em Cuiabá (5).
O Mané Garrincha é uma espécie de talismã da Seleção. O tetra da Copa das Confederações começou lá, em 2013, com vitória sobre o Japão. A campanha da inédita medalha nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, também, no empate sob vaias contra a África do Sul.
O primeiro calendário da Copa América, que seria na Argentina e na Colômbia, e mudou de mala e cuia para solo verde-amarelo devido à crise sanitária e política nos ex-anfitriões, apontava o duelo entre Argentina e Chile como primeiro jogo da competição continental. Coincidentemente, as duas seleções duelarão, hoje, às 21h, no Estádio Único de Santiago del Ester, mas pela sétima rodada das Eliminatórias para a Copa do Qatar-2022.
A arena, localizada no norte do país, é um dos símbolos do prejuízo argentino diante do cancelamento da Copa América lá. Foi construída para a competição. Valor do investimento: 1,5 bilhão de pesos (cerca de R$ 94 milhões). Resumindo os tempos insanos: é proibido ter Copa América na Argentina, mas a bola pode rolar numa boa pelas Eliminatórias.
Na Colômbia também! A oitava rodada é ainda mais curiosa. Impedidas de receber a Copa América por questões sanitárias e políticas, Colômbia e Argentina duelarão em... Barranquilla na terça-feira, pelas Eliminatórias justamente onde o Brasil estrearia contra a Venezuela no torneio.
Em meio a desarranjos e rearranjos, o Correio apurou que a Conmebol achou simpática uma sugestão nos bastidores para ceder ao Brasil o direito de inaugurar a 47ª edição da Copa América, o que está confirmado.
Curiosamente, o Brasil receberia a Venezuela, no Mané Garrincha, em novembro do ano passado, pelas Eliminatórias. A CBF vetou. A Comissão Nacional de Inspeção de Estádios (CNIE), órgão da Diretoria de Competições da entidade, deu nota 6,1 para o gramado do Mané Garrincha em uma vistoria. Consequentemente, Brasília perdeu o direito de receber a partida. O jogo foi levado para o Morumbi, em São Paulo. Na época, a casa tricolor obteve menção 9,5. Seis meses depois, o Mané é a bola de segurança.
A prioridade da Conmebol nas últimas 72 horas era tabela, estádios e protocolos desde que o torneio foi oficializado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Não será a primeira vez que o Brasil abrirá uma competição internacional no novo Mané Garrincha. Em 2013, o Brasil derrotou o Japão por 3 x 0 na largada para a conquista do tetracampeonato na Copa das Confederações. Três anos depois, a campanha da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 também começou na capital do país. O Brasil empatou por 0 x 0 com a África do Sul no jogo principal da rodada dupla.
Pelo menos quatro locais estão cotados para servirem como centros de treinamento e de apoio para o Brasil e as outras seis seleções que passaram pelo Distrito Federal: o Centro de Capacitação Física dos Bombeiros (Cecaf), no Setor Polícial Sul, o Centro de Treinamentos do Brasiliense, no Setor de Clubes Sul, o Ninho do Periquito, do Gama, e o do Real Brasília, no Park Way.