BRASILEIRÃO

Disputa de sotaques

Com recorde de técnicos estrangeiros e de estados representados na era dos pontos corridos, elite começa, amanhã, com número mínimo de campeões. Flamengo tenta ampliar dinastia e repetir feito de paulistas

A edição 2021 da Série A do Campeonato Brasileiro será histórica, mas, também, terá um pouco menos de tradição nos gramados. Marcada para ter bola rolando a partir de amanhã, a primeira divisão reúne diversas características nunca antes vistas. Democratizada, a elite terá o recorde de estados participantes na era dos pontos corridos, iniciada em 2003. A diversidade de sotaques será potencializada com o maior número de técnicos estrangeiros iniciando uma mesma edição. Por outro lado, a competição precisará suprir a ausência de cinco dos 17 campeões, fazendo desta a disputa com menos camisas estreladas no século.

Desde o ano 2000, apenas 2006 e 2021 contaram com 12 campeões presentes. Neste ano, isso deve-se pelas ausências de Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Coritiba e Guarani. Se por um lado, a Série A do Brasileirão terá menos representantes com o carimbo de campeões nacionais, por outro ela pode terminar com um recorde hegemônico alcançado somente duas vezes ao longo de 65 anos de história. Atual bicampeão, o Flamengo busca o tri consecutivo para ampliar a dinastia iniciada em 2019. Somente o São Paulo —em 2006, 2007 e 2008 —, e o Santos — penta entre 1961 e 1965 —alcançaram tal feito.

O domínio rubro-negro será posto à prova com uma vasta quantidade de favoritos. Atlético-MG, Palmeiras, Grêmio, São Paulo e Internacional apresentam-se como principais concorrentes do Flamengo na disputa. Com a missão de surpreender, Bragantino, Fluminense, Corinthians, Athletico-PR, Santos, Bahia, Ceará e Fortaleza prometem endurecer a disputa por vagas na Libertadores. Também há os menos badalados. Atlético-GO, Sport, Chapecoense, Juventude e o estreante Cuiabá povoam a zona de quem está à margem dos holofotes e pode conviver com o fantasma do rebaixamento.

Estrangeiros em massa

Uma das peculiaridades da nova edição da principal competição do futebol nacional será o número de técnicos oriundos de outras nações. Ao todo, cinco clubes — ou 25% do total — serão liderados por estrangeiros. O português terá um sotaque puro com as presenças de Abel Ferreira, no Palmeiras, e António de Oliveira, no Athletico-PR. O “portunhol” também será frequente à beira do campo. O São Paulo tem no comando o argentino Hernán Crespo, enquanto o compatriota Juan Pablo Vojvoda dirige o Fortaleza. No Internacional, a direção está sob a responsabilidade do espanhol Miguel Ángel Ramirez.

O índice é um recorde na história. Apesar de no ano passado o Brasileirão ter acumulado cinco técnicos estrangeiros em simultâneo, durante o andamento da competição, nunca antes o torneio começou com tantos treinadores de fora do país. A edição de 2021 será, ainda, com maior variação de regiões brasileiras envolvidas na era dos pontos corridos. Serão 11 estados representados. Promovidos da Série B, Mato Grosso e Santa Catarina se juntam a Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Pernambuco. O Sudeste segue soberano, com nove times. Apenas o Norte não terá competidores.


1ª rodada

Amanhã
19hCuiabá x Juventude
20hSantos x Bahia
21hSão Paulo x Fluminense

Domingo
11hAtlético-MG x Fortaleza
16hFlamengo x Palmeiras
16hCeará x Grêmio
18h15Corinthians x Atlético-GO
18h15Chapecoense x Bragantino
18h15Athletico-PR x América-MG
20h30Internacional x Sport