Parafraseando a “Copa das Copas”, como a ex-presidente Dilma Rousseff definiu o Mundial de 2014, no Brasil, começa, amanhã, a Série B das Séries Bês.
Nunca antes na história desse país tivemos tantos campeões nacionais aglomerados no segundo escalão do futebol do país.
O recorde eram quatro em 2005 e 2006. Neste, são cinco. Um quarto dos 20 times! Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Guarani e Vasco testarão, alguns mais de três vezes, a paciência de Jó dos devotos e a fé que move decepções.
Como se não bastasse o distanciamento social dos estádios e dos jogos de ponta da primeira divisão, os fiéis sofrem com a escassez de vagas para a Série A — quatro —, e a forte concorrência.
Vitória e Goiás, por exemplo, são vice-campeões nacionais. O time baiano perdeu o título da Série A, em 1993, e da Copa do Brasil, em 2010. O Goiás foi vice em 1990 no torneio mata-mata.
A maratona por quatro vagas à elite terá viagens pelas cinco regiões do país. Há clubes do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Haja querosene de aviação para queimar cruzando os céus do Brasil de ponta a ponta em 38 rodadas (380 jogos) em 186 dias, até 30 de novembro.
Para os torcedores menos fervorosos, um consolo: a nata do futebol nordestino está na Série A. Logo, não haverá concorrência de Fortaleza, Ceará, Bahia e Sport. Mas o inferno continua. O Náutico, por exemplo, chega embalado pela conquista do Pernambucano. Mais: receberá os adversários no caldeirão dos Aflitos. O CSA deu um pulinho na elite, em 2019, e voltou à B ano passado.
Há poucos paulistas nesta edição. Porém os dois representantes são tradicionais: os arquirrivais Guarani e Ponte Preta. Sinal da cruz também com a turma lá do Sul. Volta e meia tem um ou mais entrando no elevador. Em 2020, subiram Juventude e Chapecoense. Olho no Brasil-RS, Londrina, Operário, Coritiba, Brusque e Avaí, que ontem conquistou o título catarinense.
Ausente na Série B desde 2019, o Pará, estado mais apaixonado por futebol no país, retorna graças ao Remo, vice da Série C em 2020.
Aos impacientes e incrédulos, uma péssima notícia: a Série B deste ano tem cota para demissão de técnicos. Assim como na Série A, cada time terá direito a, no máximo, duas trocas. Que “Nossa Senhora dos Bons Técnicos” protejam o seu time. Amém.
1ª rodada
Amanhã
16h Brasil-RS x Londrina
19h Guarani x Vitória
21h30 Náutico x CSA
21h30 Vila Nova x Botafogo
Sábado
11h Vasco x Operário-PR
16h CRB x Remo
16h30 Confiança x Cruzeiro
18h15 Coritiba x Avaí
Domingo
11h Brusque x Ponte Preta
20h Sampaio Corrêa x Goiás