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Clube da ostentação

 Um magnata da engenharia civil, outro do gás e petróleo e dois xeques: jogos de poder e luxo movem as semifinais do principal torneio continental do mundo a caminho da finalíssima em Istambul

O novo normal da Champions League coloca clubes com modelos de gestão tradicionais contra a parede. Dos quatro candidatos ao título na abertura das semifinais, hoje, às 16h, três são bancados por mecenas — Chelsea, Paris Saint-Germain e Manchester City — e apenas o recordista de títulos Real Madrid (13 troféus), posa de conservador.


Protagonistas do duelo de hoje, no Estádio Di Stéfano, na queda de braço por vaga à final marcada para 29 de maio, em Istambul, na Turquia, Real Madrid e Chelsea são liderados por magnatas. Embora pareça, o engenheiro civil Florentino Pérez não é o proprietário do clube espanhol. O time merengue funciona à moda antiga. Há sócios, eleições, tempos de mandato a cumprir.


Bem diferente do Chelsea. Adquirido em 2003 pelo russo Roman Abramovich, o clube londrino teve a história transformada pelo dinheiro do bilionário do ramo de gás e petróleo. Antes dele, os Blues conquistaram o Campeonato Inglês uma única vez, em 1995. A partir da venda do clube por R$ 1,3 bilhão, o time empilhou cinco títulos da Premier League e realizou o sonho de conquistar a Champions League na temporada de 2012.


A outra semifinal opõe países rivais no Oriente Médio. Anfitrião de amanhã, no Parque dos Príncipes, o atual vice-campeão PSG é turbinado, desde 2011, pelo grupo Qatar Sports Investments (QSI). Após transformar Neymar no jogador mais caro da história ao comprá-lo por 222 milhões de euros, o clube presidido por Nasser Al-Khelaifi tem a obsessão de ganhar o título europeu antes do Manchester City.


O adversário inglês é bancado desde 2009 pelo City Group, dos Emirados Árabes Unidos. O dineheiro do xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan manda no clube. O City tinha dois títulos ingleses antes da venda do clube. Hoje, ostenta quatro e está a caminho de ganhar o quinto. São nove troféus sob a batuta de Pep Guardiola, o último deles a Copa da Liga Inglesa, no domingo. Falta, claro, a Champions League.


A presença de times bancados por ricaços ou grupo econômicos é uma tendência. Na temporada passada, o Red Bull Leipzig, bancado pela multinacional dos energéticos, chegou às semifinais.