Se dependesse apenas do futebol masculino, atolado desde 2014 na Série D, o DF não teria representante na elite nacional desde 2005. Graças ao Minas Brasília, essa história começou a mudar, em 2019, quando a equipe disputou, pela primeira vez, o Brasileiro A1 feminino.
Amanhã, às 15h, o time dá início à terceira participação seguida na competição, contra o Flamengo, no Estádio da Gávea (RJ). Para melhorar, o clube ainda contará com um conterrâneo: o estreante Real Brasília ganhou o acesso após classificar-se para as semifinais da Série A2 no ano passado. As Leoas do Planalto debutam contra o Cruzeiro amanhã, às 17h, na arena Sesc Alterosas, em Belo Horizonte (MG).
De um lado, As Minas apostam em jovens promessas para driblar a inflação do mercado, reflexo da transição rumo à profissionalização do futebol feminino no país. A equipe colhe frutos dos investimentos na base, como a meia Giulia, de 17 anos, que vem sendo convocada com frequência para a Seleção sub-17. A equipe coloca os analistas de desempenho para buscarem opções fora do radar dos clubes brasileiros.
O empenho resultou nas contratações da volante Cynthia Monse Ayala, paraguaia de 19 anos que atuava no Cerro Porteño, e da Kayla Prince, 22, atacante da seleção do Trinidad e Tobago, ex-Point Fortin Civic. Os dois reforços estrangeiros se juntam à peruana Steff Torres, atacante de 28 anos. Ela disputará a segunda temporada pelo Minas. O time da capital ajudou a promover um intercâmbio entre diferentes nacionalidades. O Real não ficou atrás e conta com duas venezuelanas: a zagueira Petra e a lateral Natasha Rosas. Ambas estavam no 3B da Amazônia e são convocadas com frequência pela seleção do país.
Os reforços de maior peso são para o setor ofensivo. O Minas Brasília contratou a experiente Adriana Nenê, 32 anos, atacante que marcou sete gols em 22 jogos pela Ferroviária, em 2020. A centroavante também foi artilheira e campeã da Libertadores em 2015, bi brasileira em 2014 e 2019 e conquistou a Copa do Brasil 2014. Nenê ainda esbanja título do Brasileirão 2018 pelo Corinthians e da Copa do Brasil 2016, com o Osasco Audax.
No Real, a esperança de gol tem 23 anos, mas chega cheia de moral. A atacante Evelyn Feitoza, a Gadu, foi artilheira do Brasileiro A2 2020 e destaque no acesso do Bahia à elite, com 11 gols em seis jogos. Em 2019, balançou as redes 21 vezes em oito jogos. Formada na base do Vitória, quando começou em 2017, essa será a primeira temporada de Gadu fora do estado. Com ela, veio a atacante Dan, que trocou as Mulheres de Aço pelas Leoas.
O Minas tem técnico novo. O treinador Antônio Carlos Bona assumiu no lugar de Rodrigo Campos e traz a bagagem de três anos com a seleção feminina da China, na província de Shaanxi.
No Real, com a saída de Evilásio de Almeida, Adilson Galdin assumiu. Campeão mundial com o São José em 2014 sobre o Arsenal, da Inglaterra, ele esbanja experiência no futebol feminino.