A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aguardava apenas a resposta da Justiça ao recurso do Governo do Distrito Federal (GDF) na guerra de liminares contra a determinação de um novo lockdown na capital para oficializar a Supercopa do Brasil no Mané Garrincha. A espera acabou. Como numa final de campeonato com batalhas nos bastidores, um efeito suspensivo favorável ao Executivo na noite de ontem (saiba mais na página 15) permite a divulgação, provavelmente hoje, do evento previsto para 11 de abril. Detalhes finais como contrato de tevê e horário da partida estão sendo finalizados. No ano passado, a decisão foi na manhã de domingo. O duelo opõe os campeões do Brasileirão (Flamengo) e da Copa do Brasil (Palmeiras).
Porém, ao contrário do que sugeriu Ibaneis Rocha, a partida não terá público. Há uma queda de braço nos bastidores entre favoráveis e contrários à presença de agentes da saúde vacinados contra covid-19 na decisão. O Correio apurou que a entidade máxima do futebol resiste e pretende manter-se fiel à Diretriz Técnica Operacional Retorno das Competições da CBF, publicada em 24 de julho do ano passado, a partir de decisão unânime de clubes e federações, e que tem efeito nos regulamentos de todos os torneios.
O texto relativo às partidas organizadas pela CBF rege que a retomada do futebol se dará sem público. “Qualquer alteração nesse quadro será devidamente comunicada. Todas as partidas serão realizadas com acesso restrito ao campo de jogo e vestiários, limitado aos funcionários essenciais à administração do estádio no dia do jogo, atletas das equipes e respectivas comissões técnicas, além da equipe de arbitragem, delegados da partida e equipe de controle de dopagem”.
Portanto, alterar a Diretriz para a Supercopa do Brasil causaria mais desgastes no momento mais dramático da pandemia no país e não há mais tempo para isso. Mesmo assim, a pressão é grande para que isso aconteça. A Arena BSB apresentou, inclusive, um protocolo com distanciamento de cinco cadeiras entre cada torcedor. O planejamento tem o apoio do Flamengo e do GDF.
No último dia 25, o blog Drible de Corpo publicou que o governador Ibaneis Rocha deu aval à realização da partida no Mané Garrincha e sugeriu presença de público limitada a 10% da capacidade da arena, ou seja, 7 mil pessoas. Os ingressos seriam distribuídos a agentes da saúde vacinados contra a covid-19. Na terça-feira, o Correio mostrou que esse era um dos motivos da demora na oficialização de Brasília como anfitriã do evento. Ontem, houve outra vistoria no estádio para alinhar o planejamento da operação de imprensa do jogo, ou seja, mais um dos vários indícios de que Brasília definitivamente receberá a decisão.
A cúpula da CBF considerou a ideia de homenagear agentes de saúde simpática, mas prefere, também, evitar desequilíbrio nas arquibancadas. O último censo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostrou que o Flamengo tem a maior torcida do Distrito Federal, com 47,9%. O Palmeiras é o sétimo no ranking local, com 4,2%. Logo, em termos proporcionais, há risco de mais torcedores rubro-negros do que alviverdes entre os 7 mil eleitos para acompanhar a decisão do próximo dia 11.
Em contrapartida, há possibilidade de público na final da Recopa Sul-Americana, em 14 de abril, em Brasília. A Conmebol marcou o duelo de volta entre Palmeiras e Defensa y Justicia para o Mané Garrincha. Em janeiro, a entidade colocou torcedores e convidados, no Maracanã, na decisão da Libertadores entre Palmeiras e Santos.
Programação
51 eventos até 13 de abril
Supercopa do Brasil: 1
Pré-Libertadores: 1
Recopa Sul-Americana: 1
Superliga B: 2
Campeonato Carioca: 1
Copa do Nordeste: 1
Campeonato Candango: 13
NBB: 30