Dos oito técnicos classificados para as quartas de final da Uefa Champions League, quatro são nascidos na Alemanha. Isso jamais havia acontecido na história do torneio e muito menos com um mesmo país. O sucesso vai além dos trabalhos competentes de Hansi Flick no Bayern de Munique e do jovem interino Edin Terzic, de 38 anos. Os ingleses Liverpool e Chelsea também são comandados por treinadores da escola germânica. A superioridade consolida o que eles protagonizaram na temporada anterior. Três dos quatro semifinalistas da edição passada eram alemães — Julen Nagelsmann, Thomas Tuchel e Hansi Flick. Os dois últimos decidiram o título, em Lisboa.
Hansi Flick está na luta pelo segundo título pessoal na curta carreira. Na temporada como estreante, arrematou Champions League, Bundesliga, Copa da Alemanha, Supercopa da Alemanha, Supercopa da Uefa e Mundial de Clubes da Fifa. Flick igualou o começo de Pep Guardiola, tão vencedor quanto ele ao iniciar no Barcelona. Por isso é cotado para suceder Joachim Löw na seleção da Alemanha. O comandante dos tetracampeões mundiais deixará o cargo depois da Eurocopa. Flick foi auxiliar de Löw na Copa do Mundo 2014, no Brasil.
O Chelsea também é liderado por um alemão. A prancheta pertence a Thomas Tuchel. Ele era o treinador do Paris Saint-Germain na campanha do vice-campeonato de 2020 e assumiu o time inglês nesta temporada na vaga deixada pelo demitido Frank Lampard, ídolo dos Blues. Tuchel ostenta sete títulos no currículo, um à frente do Borussia Dortmund e outros seis pelo clube francês.
O Liverpool continua nas mãos de Jürgen Klopp. O alemão levou o time inglês ao título na temporada 2018/2019. Portanto, é outro germânico candidato ao bi pessoal. Em 2013, ele bateu na trave à frente do Borussia Dortmund. O time dele perdeu a final alemã para o Bayern, em Londres.
Por sinal, o Borussia Dortmund é liderado por um interino. Apesar do nome e da origem croata, o alemão Edin Terzic, nascido em Menden, assumiu o cargo depois da demissão do suíço Lucien Favre. Terzic era auxiliar de Favre e ficará no cargo até o fim da temporada. Enquanto isso, o clube alemão procura um novo treinador.
A nacionalidade dos demais técnicos é variada. O francês Zidane busca o tetracampeonato pessoal à frente do Real Madrid. O português Sérgio Conceição é o responsável pela bela campanha do Porto. O espanhol Pep Guardiola guia o Manchester City. O argentino Mauricio Pochettino é o estranho no ninho, ou seja, o único não europeu entre os remanescentes na corrida pelo título.
Sorteio
A definição dos confrontos das quartas de final e dos cruzamentos das semifinais será hoje, às 8h, em Nyon, na Suíça. Os confrontos de ida estão reservados para 6 e 7 de abril; e a volta, uma semana depois. Os clubes italianos são a grande ausência desta fase. Eles não ficavam fora das quartas desde 2015/2016. Ao contrário da fase de grupos e das oitavas de final, não haverá orientação para evitar duelo entre equipes do mesmo país: quem segue no torneio continental pode enfrentar qualquer um dos outros adversários.
A segunda temporada europeia em meio à pandemia do novo coronavírus expõe a dificuldade dos principais clubes do continente de manter a performance elevada em todas as competições. Dos oito candidatos ao título, apenas dois lideram ligas nacionais. O Bayern de Munique comanda a Bundesliga, e o Manchester City é o primeiro colocado disparado da Premier League. A vantagem em relação aos outros clubes ingleses classificados para as oitavas de final é gigante: 20 a mais que o Chelsea e 25 à frente do Liverpool. PSG, Real Madrid, Porto e Borussia Dortmund perseguem líderes ou jogaram a toalha na maratona pelos respectivos títulos nacionais.