Recordistas de prêmios de melhor jogador do mundo, Lionel Messi (6) e Cristiano Ronaldo (5) estão fora das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez desde a temporada 2004/2005, quando o português disputava a segunda temporada no Manchester United e o argentino era mero estreante no principal torneio continental de clubes do planeta. Na temporada passada, as semifinais também não contaram com nenhum dos dois, quebrando tabu de 15 temporadas consecutivas.
Na quarta-feira, a Juventus havia sido eliminada pelo Porto na prorrogação. Cristiano Ronaldo foi incapaz de usar seus superpoderes para evitar a derrocada, em Turim. Campeão das últimas nove edições do Campeonato Italiano, a Velha Senhora deu adeus ao torneio ao ser superada no número de gols marcados fora de casa. A série terminou 4 x 4, mas o atual campeão português conseguiu marcar duas vezes na casa do adversário.
Ontem, Lionel Messi até tentou salvar o Barcelona da eliminação precoce. Fez um gol que deu esperança ao time azul-grená no Parque dos Príncipes, em Paris, mas desperdiçou pênalti defendido pelo goleiro Navas, ajudado pelo travessão. Goleada por 4 x 1 no Camp Nou, a trupe de Messi viu o Paris Saint-Germain — sem Neymar — administrar o empate por 1 x 1 no duelo de volta e fechar o mata-mata com massacre de 5 x 2 no placar agregado. No ano passado, o Barcelona foi triturado por 8 x 2 pelo Bayern de Munique nas semifinais.
As ausências de Cristiano Ronaldo e Messi nas quartas de final são simbólicas, óbvio, mas, aparentemente, não são o fim de uma era. Ambos defendem times que passam por momentos de transição complicados. A Juventus é comandada por um técnico estreante. É a primeira temporada de Andrea Pirlo à frente de um time campeão das últimas nove edições do Campeonato Italiano. Acumula 38 jogos como treinador profissional.
O Barcelona virou bagunça, a ponto de Lionel Messi ter tentado deixar o clube antes no início da temporada. O ex-presidente Josep Bartomeu renunciou ao cargo depois de perder a queda de braço com o maior ídolo da história do clube. Joan Laporta acaba de ser eleito e nem teve tempo de juntar os cacos deixados pelo ex-presidente Sandro Rosell e o sucessor Bartomeu.
A primeira edição da Liga dos Campeões no novo normal abre espaço para Mbappé e Neymar (PSG), Haaland (Borussia Dortmund) ou até mesmo ao atual número 1 do mundo Lewandowski (Bayern de Munique), mas nenhum deles atingiu, ainda, o nível de Cristiano Ronaldo e Messi. A impressão é de que ambos manteriam o reinado jogando em times um pouquinho mais organizados. Imagina um deles no Bayern de Munique, Liverpool ou Manchester City...
Quatro times estão classificados para as quartas de final: Liverpool, Barcelona, Manchester City e Porto. As demais equipes serão definidas na próxima semana.