A ex e a atual capital do Brasil amargam crise no futebol. Centro político do país de 1763 a 1960, o Rio de Janeiro vê Vasco e Botafogo juntos flertando com o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. A situação piorou na 27ª rodada da Série A. O time cruz-maltino perdeu para o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, e continua encabeçando o Z-4. O Botafogo foi derrotado pelo Corinthians, no Nilton Santos. O Glorioso ocupa a vice-lanterna. Só está à frente do Goiás. O Distrito Federal também passou vexame. Última esperança da cidade na Série D, o Brasiliense deu adeus ao torneio goleado pelo Mirassol-SP por 5 x 2 no placar agregado das oitavas de final. A vitória de ontem, por 2 x 1, no Serejão, tornou-se inútil. O time paulista havia goleado por 4 x 0 no duelo de ida. O Gama deu adeus ao torneio na segunda fase.
O Rio de Janeiro pode testemunhar a primeira queda de dois cariocas para a segunda divisão. Por sinal, quase aconteceu em 2013. Fluminense e Vasco foram rebaixados em campo. No entanto, o tricolor carioca escapou devido ao imbróglio envolvendo a Portuguesa. A Lusa escalou o meia brasiliense Heverton irregularmente, foi punida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e o time das Laranjeiras, mantido na primeira divisão.
A situação do Botafogo é a mais delicada. Rebaixado em 2002 e 2014, o alvinegro está cinco pontos atrás do Bahia, o primeiro time fora do Z-4. No entanto, o número de vitórias, um dos quesitos de desempate, é apenas quatro contra oito do tricolor. O desespero bateu de vez no elenco. “Parece que, quando a gente perde a bola, vira as costas e desiste. Se ficar com essa mania, a gente vai tomar (gol) sempre. Não tem jogada perdida. Parar com falta. Importante é não desistir. Espero que, no próximo jogo, a gente não tenha mais essa atitude”, desabafou o zagueiro Marcelo Benevenuto, irritado com facilidade dos gols do Corinthians marcados por Cazares e Matheus Vital.
O técnico Eduardo Barroca tenta manter o otimismo. “Entendo que o campeonato vai ser definido no final, temos que entregar nosso melhor a cada jogo e pontuar para sair o mais rápido dessa zona. A gente precisa cobrar internamente para entregar um jogo melhor contra o Athletico-PR”, defendeu o treinador.
Rebaixado em 2008, 2013 e 2015, o Vasco tem o quarto rebaixamento. Ontem, o time perdeu para o Athletico-PR por 3 x 0, na Arena da Baixada, em Curitiba, sem dar o mínimo sinal de reação sob o comando do técnico português Ricardo Sá Pinto. Dois gols de Carlos Eduardo e um de Nikão decretaram o triunfo do Furacão.
O zagueiro Leandro Castán foi um dos poucos a falar depois do vexame em Curitiba. “Sabíamos que era importante não tomar gol no início. Sofremos, tentamos jogar e não conseguimos. Agora, é tentar levantar a cabeça. Sabemos da responsabilidade. Sabemos o que temos que fazer, mas o tempo está acabando. Temos que começar a fazer rápido”, reconheceu o beque cruzmaltino.
O Vasco tem um jogo a menos contra o Palmeiras, adiado da primeira rodada. Em tese, a vitória, nesse jogo, tiraria o time do
Z-4 e colocaria o Bahia na zona. Ontem, parte da torcida exigia a demissão do técnico Ricardo Sá Pinto, que, ontem, cumpriu suspensão. O auxiliar Rui Mota admitiu a pressão. “Quando o time não ganha, somos os primeiros responsáveis. É normal que seja assim. Vamos trabalhar. É isso que vamos fazer”, afirmou.