O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) aceitou o pedido do Sindeclubes, sindicato que representa funcionários dos clubes do Rio, e suspendeu a partida entre Palmeiras e Flamengo, inicialmente marcada para hoje, às 16h, no Allianz Parque, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. A CBF terá que encontrar uma nova data para a partida.
O Sindeclubes havia ajuizado uma ação civil pública na última sexta-feira (25) pedindo o adiamento do confronto até que os funcionários do Flamengo que foram infectados pela covid-19 pudessem cumprir todo o período de quarentena. Há mais de 30 casos de coronavírus, entre jogadores, membros da comissão técnica e outros profissionais do departamento de futebol.
Na ação civil pública, a entidade alega que 21 profissionais estão escalados pelo clube para o jogo e enxerga “inegáveis riscos sanitários e médicos” na realização da partida porque vários desses colabores estiveram no Equador, onde houve um surto de contaminação de covid-19 na delegação do Flamengo. Só no elenco, 16 atletas contraíram a doença.
No despacho, o juiz Filipe Olmo afirmou entender que o sindicato, com o pedido de liminar, queria “a manutenção da saúde e integridade física dos empregados, jogadores e do restante do elenco”, contrariando, assim, a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que havia negado o pedido de suspender o jogo.
“Em razão dos eventuais resultados falso negativos e da possibilidade de haver infectados dentro do período de incubação, não há garantia de que os empregados saudáveis não terão contato com outros empregados que possam estar infectados”, diz trecho da decisão do magistrado.
“Manter a partida implicaria risco demasiado para a saúde de jogadores das duas equipes, comissão técnica e demais empregados. Além disso, há risco de contaminação dos familiares, quando do retorno para casa”, acrescenta Olmo.
Em caso de descumprimento da medida, a Justiça do Trabalho estipulou multa de R$ 2 milhões, valor que, se for pago, será revertido para instituições de saúde no combate à covid-19.
O Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes) tem como presidente José Pinheiro dos Santos, que trabalha no Flamengo. Ele é funcionário do departamento de segurança do clube. O pedido para que a entidade fosse à Justiça tentar adiar o jogo teria partido de empregados do rubro-negro, preocupados com a saúde.
Sem Público
Por medidas de segurança contra a covid-19, aCBF e os 19 clubes presentes em reunião virtual, ontem, votaram pela manutenção dos jogos com portões fechados ao público.
A ideia da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), em parceria com o Flamengo, era a de reabrir o Maracanã aos torcedores.
Sem a presença de representante do Flamengo, os 19 clubes foram a favor da manutenção dos protocolos de prevenção à epidemia de covid-19 instalados pela CBF desde o início da competição. Os presidentes das entidades estaduais que regem o futebol também participaram.
CBF e clubes querem uma volta gradual do público aos estádios. Mas, apenas quando virem segurança para seus torcedores.