Do pioneiro Joel Camargo no início dos anos 1970, passando por Abel Braga, de 1979 a 1981, a Neymar, os jogadores brasileiros deram um ritmo especial aos 50 anos do Paris Saint-Germain, escrevendo algumas das páginas mais importantes da história do clube francês, que amanhã pode conquistar a Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez. O PSG decidirá o título contra o Bayern de Munique, às 16h, no Estádio da Luz, em Portugal.
Ao marcar o gol do empate com a italiana Atalanta (2 x 1) nas quartas de final do torneio continental e depois de liderar o caminho para a decisão ao marcar na semifinal contra o alemão RB Leipzig (3 x 0), Marquinhos está brilhando em Lisboa, perpetuando a tradição das estrelas brasileiras nessa equipe.
Depois de Raí, Ronaldinho Gaúcho ou mesmo Thiago Silva, Marquinhos se prepara para entrar na história do clube parisiense. No total, 31 jogadores do Brasil vestiram a camisa vermelha e azul do time francês, tornando o país sul-americano o maior fornecedor de jogadores estrangeiros na história do PSG.
Nas primeiras duas décadas de vida do clube, apenas três brasileiros foram contratados pela equipe. Mas, tudo se acelerou no início dos anos 1990. “Foi a chegada do Ricardo Gomes (em 1991) que abriu as portas para o Geraldão e para mim. Funcionou bem e isso permitiu a vinda dos outros”, diz Valdo, ex-jogador do Grêmio e Cruzeiro, que esteve em duas Copas do Mundo (1986 e 1990) e um dos primeiro grandes nomes do futebol brasileiro a jogar pelo PSG no período de 1991 a 1995.
“Por exemplo, quando o PSG nos disse que precisava de um jogador brasileiro, propus o Raí. Disse para eles que tinha certeza de que daria certo. Agora, essa história continua, tem o Neymar, o Thiago Silva, o Marquinhos...”, enumera, sem esquecer Leonardo, o ex-jogador (1996-1997) que mais tarde se tornou diretor esportivo. Primeiro, de 2011 a 2013; e agora, desde 2019.
A passagem de Raí (1993-1997) foi um divisor de águas no time da capital francesa. O jogador campeão mundial em 1994 tornou-se o primeiro ídolo brasileiro do parque dos Príncipes, participando de cinco semifinais consecutivas em competições europeias, com destaque para a vitória na Recopa de Europa (1996). É o único troféu europeu que figura, até agora, no registo do PSG.
R10
De Ronaldinho Gaúcho (2001-2003), que entrou para a história do PSG por suas antológicas atuações em clássicos contra o Olympique de Marsella, a Nenê (2010-2013) atualmente no Fluminense), a busca por novos talentos brasileiros parece uma obsessão dos parasisenses.
Nós gostamos muito de futebol. Os parisienses também, principalmente, de jogadores que têm uma magia diferente”, explica o zagueiro Thiago Silva. A compra do PSG por investidores do Catar , em 2011, ampliou o vínculo: Maxwell, Thiago Silva, Alex, Lucas, David Luiz, Marquinhos, Daniel Alves, Neymar...