Artilheiro da Internazionale na Liga Europa com seis gols, o belga Romelu Lukaku tinha três anos quando a empresa Suning foi fundada, em 1990, na China, para competir no mercado interno de produtos eletrônicos. Trinta anos depois, a firma é uma das três empresas privadas mais ricas do país asiático, uma das multinacionais mais poderosas da segunda economia do mundo, pode tirar o clube italiano da abstinência de nove anos sem título na decisão de hoje contra o Sevilla, às 16h, em Colônia, na Alemanha, e trama um plano ousadíssimo.
O Suning Hondings Group planeja tirar Lionel Messi do Barcelona e torná-lo o jogador mais caro da história do futebol. Especula-se que a oferta inicial seria de 260 milhões de euros. Neste caso, o argentino quebraria a banca. O recorde pertence ao amigo Neymar, comprado pelo PSG por 222 milhões de euros, em 2017.
Uma das tentações de Messi, o Suning Hondings Group mudou o foco do jogador eleito seis vezes melhor do mundo. A imprensa catalã conta que o jogador disse pessoalmente ao novo técnico do Barcelona, Ronald Koeman, que “está mais fora do que dentro” do projeto do clube para a próxima temporada. O negócio da China e a humilhação diante do Bayern de Munique, por 8 x 2, nas quartas da Champions League, podem estar por trás disso. No mês passado, a plataforma de streaming Suning TV chegou a projetar a imagem de Messi com a camisa da Inter em frente à catedral de Milão (Duomo di Milano). O jogador teria até comprado uma cobertura na cidade.
A multinacional chinesa é sócia majoritária da Internazionale. Em 2016, comprou 70% do clube por 270 milhões de euros. O dono de tudo chama-se Zhang Jindong, um senhor de 57 anos. O levantamento mais recente da revista Forbes o coloca em 30º lugar na lista dos mais ricos da China. A fortuna é estimada em US$ 8,4 bilhões.
O crescimento da empresa é espantoso. Os tentáculos alcançam o comércio físico, on-line, imobiliário, serviço financeiro e a indústria esportiva. São 280 mil colaboradores no mundo e faturamento de US$ 77,2 bilhões em 2019. Até setembro do ano passado, o site suning.com registrava lucro de US$ 1,6 bilhão.
O presidente da Internazionale é o jovem Steven Zhang, de 27 anos, filho do dono Zhang Jindong. Sob a administração do herdeiro, o clube italiano registrou lucro recorde de 417 milhões de euros segundo o último balanço financeiro. A multinacional estima que o clube tenha 120 milhões de torcedores na China.
O investimento no clube é pesadíssimo. Os chineses construíram uma nova sede para o clube — o 1908 Inter HQ, mais conhecido como The Corner. O centro de treinamento Appiano Gentile foi modernizado e ganhou “naming rights”. Passou a se chamar Suning Training Centre. Recentemente, foi inaugurado um conjunto habitacional para oferecer mais conforto aos jogadores. O grupo pretende aplicar mais 1,2 mihão de euros na reforma do tradicional estádio San Siro.
Além da Inter, a divisão Suning Sports é dona dos times masculino e feminino do Jiangsu Suning.O clube tentou, inclusive, contratar o galês Gareth Bale. O acordo parecia fechado, porém, os chineses recuaram.
A multinacional também ataca no setor de entretenimento. É dona dos direitos de transmissão das cinco principais ligas nacionais da Europa. A PP Sports leva ao ar, na China, os campeonatos Alemão (Bundesliga), Espanhol (La Liga), Francês (Ligue 1), Inglês (Premier League e o Italiano (Seria A).
Última título
A Internazionale não ganha nada desde a Copa Itália 2011, quando superou o Palermo na decisão. Portanto, a Liga Europa pode ser o primeiro título do clube sob nova gestão.