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Voluntários dão exemplo de superação e de ajuda ao próximo

Oferecer ajuda a creches e asilos faz parte da história de profissionais e de pessoas comuns. São também exemplos de superação e dedicação ao próximo

Pessoas em todo o mundo se engajam em ações de voluntariado, por uma variedade de razões, principalmente combater a exclusão social. No Distrito Federal, conhecer novas realidades, ter experiências de vida distintas do que já vivenciou, contribuir para a transformação social e o bem-estar do próximo são alguns dos motivos que inspiram os moradores da capital a ajudarem o próximo.

Mas, por trás dos sorrisos daqueles que doam seu tempo para alegrar o dia a dia de outros, estão guardadas histórias de superação que são belos exemplos a serem seguidos. É o caso da professora de balé Larissa Lorrane Silva Guerra, 20 anos. Voluntária no Instituto Embalando Sonhos, em Samambaia Norte, ela conta que sua história com o local vem da infância. “Sempre morei aqui na Expansão e, quando conheci o instituto, tinha 12 anos. Foi onde tive o primeiro contato com a dança. Aqui, fazia aulas de balé e hip-hop, além de outras atividades”, diz.

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Larissa explica que vem de um histórico familiar complicado. O pai dela foi assassinado. A mãe, viúva, decidiu, então, mudar-se para a expansão de Samambaia com os filhos. Foi no instituto que encontrou apoio e conseguiu superar sua história. “Eu era uma menina muito tímida, insegura e medrosa. O instituto não é só dança para mim. Eu aprendi a ser amada, aprendi a ver meus pontos fortes. Eu me vi como uma referência”, destaca.

Alento

Na Estrutural, a dona de casa Rosalina Alves Rodrigues, 30, é voluntária há seis meses na Creche Alecrim. Há seis anos em Brasília, a mineira veio para a capital em busca de uma vida melhor com o marido, a mãe e os filhos. Aqui, dedicou o tempo à saúde da mãe, que sofria com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), até seis meses atrás, quando sofreu a perda da matriarca da família. “Estava com um quadro de depressão, por ter perdido minha mãe. Ficava o tempo todo em casa, chorando”, recorda.

Foi então que Rosalina decidiu ser voluntária na creche. Ela conta que conhecia o trabalho, pois recebia ajuda da instituição. “A minha família era acompanhada por eles, recebemos doações de alimentos e roupas”, diz. De acordo com a dona de casa, o voluntariado foi de extrema importância. “Meu quadro depressivo poderia ter se agravado mais se ficasse em casa. Quando a gente vem pra cá, fica o dia inteiro distraída com as crianças, brincando, cuidando, e ocupa a mente”, salienta.

Na creche, Rosalina dedica seu tempo à cozinha, preparando a alimentação das crianças. “É muito gratificante. Elas são muito gratas, correm para abraçar quando a gente chega, gostam de estar ao nosso lado. Tem criança que chora quando tem de voltar para casa”, destaca. Moradora da comunidade Santa Luzia, na Estrutural, ela reforça a importância do voluntariado na região. “Tem muitas crianças que vivem em famílias sem condições, muitos pais desempregados”, acrescenta.

Para ela, tempo e falta de dinheiro não é justificativa: o voluntariado abraça todos. “O que a gente precisa mesmo é de amor, vontade de ajudar. Se você tem amor, arranja tempo. Tira duas horinhas para ir a uma instituição, brincar com crianças. Isso já ajuda”, garante. “Ajudando o próximo, você ajuda a si mesmo”, frisa.

Há 36 anos no voluntariado, o aposentado Nelson Sanchez Ventura, 61, dedica seus dias para prestar apoio aos idosos habitantes do Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Setor de Mansões Park Way. Carioca, Nelson conta que chegou a Brasília em 1975. “Meu pai era militar da Aeronáutica, veio transferido para Brasília. Éramos cinco irmãos e meus pais. Na época, estava com 28 anos e comecei a frequentar o asilo. Foi frequentando o Centro Espírita Sebastião, “o Mártir’, que conheci o Lar dos Velhinhos e a obra deles”, diz.

A vontade de ajudar no lar surgiu após ver a necessidade de espaço nos finais de semana. “O efetivo de funcionários diminuía muito nesses dias, e ficava ao lado dos voluntários, para ajudar na cozinha, trocar roupa, buscar idosos”, explica. Da necessidade, surgiu a disposição de Nelson. “Foi passando o tempo e fui fazendo amizade com os idosos. É impossível não fazer, a carência é muito grande”, completa.

Vocação do amor

Há seis anos a médica psiquiatra Ana Paula Hecksher Faber, 49, atua como voluntária. Natural de Belo Horizonte, morou em várias regiões do Brasil para acompanhar seu pai, que era militar. Em uma das viagens pela capital, acabou ficando e cursou medicina na Universidade de Brasília (UnB). Hoje, atende em clínicas e faz serviço voluntário em diferentes instituições. Dentre elas está a Vila do Pequenino Jesus, localizada no Lago Sul. Lá, presta assistência médica às pessoas especiais com múltiplas deficiências.

“Eu acho que toda pessoa que é médica tem uma vocação para ajudar. Eu não quero perder aquilo que se fala, de que a medicina sempre foi um sacerdócio. Eu vejo dessa forma, por mais que esteja cada vez mais mercantilizada, acho que ainda existem heróis da resistência que pensam dessa forma”, defende. Dentro desse “sacerdócio”, a psiquiatra encontrou uma oportunidade de ajudar pessoas que não têm acesso à boa medicina.

Para Ana, o serviço é uma oportunidade de sair do comodismo. “Uma coisa é fato: não tem ninguém que pratique alguma coisa boa para os outros e não se sinta bem para isso. Então, você faz o bem, traz algo pra si mesmo. É muito difícil, inclusive, reconhecer quem recebe mais benefícios, se é quem doa ou quem recebe”, pontua.

Portal do Voluntariado

O Programa Voluntariado em Ação é uma plataforma interativa que funciona como uma rede social conectando perfis de interesse com oportunidades de serviços voluntários. O portal proporciona o encontro entre voluntários, organizações da sociedade civil (OSC) e governo para trocarem experiências, divulgarem suas ações e participem de projetos ofertados neste ambiente virtual. A iniciativa é da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus). Caso tenha interesse em saber mais sobre o projeto, acesse http://voluntariadoemacao.sejus.df.gov.br/.


Como se voluntariar

Instituto Embalando Sonhos
Durante a pandemia, as atividades do Instituto estão suspensas. Atualmente, contam com 20 voluntários cadastrados, sendo que alguns disponibilizam o tempo para ajudar na arrecadação ou doação de cestas básicas. Aqueles que desejam ajudar com atividades externas podem entrar em contato.

» Como ser voluntário: entre em contato pelo telefone (61) 98580-6864

» Para doações: acesse o site https://embalandosonhos.org.br/about/

Lar dos Velhinhos Maria Madalena
Durante a pandemia, as atividades de voluntariado no Lar estão suspensas. Mas os voluntários podem disponibilizar de tempo para ajudar na arrecadação ou doação de cestas básicas.

» Para doações: acesse o site https://www.institutointegridade.org.br/lar-maria-madalena

Creche Alecrim
As atividades na creche continuam durante a pandemia. Atualmente, contam com 16 voluntários cadastrados, que disponibilizam o tempo para ajudar no cuidado com as crianças. Aqueles que desejam ajudar com atividades externas, podem entrar em contato.

» Como ser voluntário: entre em contato pelo telefone (61) 99575-0755

» Para doações: entre em contato pelo telefone (61) 99575-0755

Vila do Pequenino Jesus
Durante a pandemia, as atividades de voluntariado no Lar estão suspensas. Atualmente, contam com 70 voluntários cadastrados, sendo que alguns disponibilizam o tempo para ajudar no atendimento médico e arrecadação ou doação de cestas básicas. Aqueles que desejam ajudar com serviço médico, na fabricação de fraldas na Vila ou atividades externas, podem entrar em contato.

» Como ser voluntário: entre em contato pelos telefones (61) 3526.0506 ou (61) 98140.0198;

» Para doações: acesse o site viladopequeninojesus.com.br