Na temporada em que comemora aniversário de 50 anos, o Paris Saint-Germain tem a segunda oportunidade de conquistar pela primeira vez a Champions League. Em 1995, a geração de Raí, Ricardo Gomes e George e Weah chegou às semifinais. Faltavam três jogos para a realização do sonho. No entanto, a equipe francesa foi eliminada pelo Milan.
Vinte e cinco anos depois, faltam novamente três partidas para a glória inédita. A primeira delas, hoje, às 16h, contra a Atalanta, no Estádio da Luz, em Lisboa. Devido à pandemia, a Liga dos Campeões será compacta a partir desta fase, com jogos únicos, em Portugal, sem a tradicional versão em ida e volta. Em caso de empate no tempo normal, haverá prorrogação. Persistindo, o classificado será definido nas cobranças de pênalti. O vencedor do duelo de hoje enfrentará Red Bull Leipzig ou Atlético de Madrid nas semifinais.
Após superar a "maldição das oitavas", o PSG, dos brasileiros Neymar, Thiago Silva e Marquinhos, chega às quartas com o desfalque de Marco Verratti e sem saber se poderá contar com Kylian Mbappé. Caso se recupere de uma lesão, o atacante, talvez, inicie a partida no banco de reservas. "Se não acontecer nada de extraordinário, ele estará com a equipe na quarta-feira (hoje)", declarou o treinador Thomas Tuchel, sem especificar se Mbappé será tituar ou ficará no banco de reservas. Outro problema é a carência de ritmo de competição. O Francês foi encerrado. A Atalanta estava competindo pelo Italiano.
Com jogo único pela frente para determinar sua sobrevivência na competição, "como numa Copa do Mundo", Neymar, finalmente, estará presente em um grande evento para tentar conquistar o principal título da Europa para o PSG. O clube francês contratou o brasileiro pelo valor recorde de 222 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão na cotação atual).
O novo formato desta reta final da Liga dos Campeões, disputada sem a presença de torcedores e sob grande vigilância sanitária, oferece uma oportunidade sem precedentes para o PSG e seus donos do Catar completarem oito temporadas de investimento em uma consagração histórica em apenas três jogos.
"É um título muito importante, não só para os jogadores mas para o clube. Para os torcedores seria algo incrível. Vim a Paris por esta aventura, por este objetivo", disse o capitão do PSG, Thiago Silva.
Mas, primeiro, tem de eliminar um oponente que foi a sensação da última edição do Campeonato Italiano e espera homenagear com a classificação à semifinal sua cidade de origem, Bérgamo, muito afetada pela pandemia da covid-19.
Para esta missão, Neymar não sabe se contará com Mbappé, que só voltou aos treinos nos últimos três dias na concentração na cidade portuguesa de Faro, após três semanas de recuperação de um problema no tornozelo. Se puder escalar o jovem atacante, o treinador poderá incluí-lo no decorrer do jogo, em que deve entrar em campo com sistema 4-3-3 mais prudente, utilizando Pablo Sarabia como companheiro de Neymar e Mauro Icardi na frente.
Este tem sido um setor preocupante do time desde o retorno após a pandemia com apenas um gol marcado em 210 minutos de competição. O contrato de Cavani com o PSG expirou. Outra baixa é Ángel Di María. O meia argentino cumpre suspensão automática.
Do outro lado, a Atalanta de Gian Piero Gasperini se consolidou como uma das mais temidas "máquinas de gols" do continente com 98 gols no Campeonato Italiano. O time terminou o Calcio em terceiro lugar. Assim como o PSG, o Atalanta não terá dois de seus pesos pesados: o goleiro Pierluigi Gollini e, sobretudo, o atacante Josip Ilicic, que marcou 20 gols nesta temporada, incluindo um memorável nas oitavas de final contra o Valência.
Sem o seu jogador mais talentoso, o clube italiano tem outras armas para tentar surpreender um dos favoritos do torneio. Do capitão Papu Gómez ao poderoso atacante Duván Zapata, sem esquecer Ruslan Malinovskyi, Mario Pasalic e Luis Muriel, todos sonham em brilhar perante o mundo inteiro para prestar homenagem às 17 mil vítimas da covid na Lombardia, a região italiana mais efetada pela doença.