A prova de ciências humanas do Enem engloba as disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia, além de tópicos interdisciplinares. Nessa etapa, em especial, é importante ter uma boa capacidade de interpretar informações, fazer análises críticas e estabelecer conexões entre diferentes áreas do conhecimento.

A aluna do Sigma Aline Figueiredo reforça que não existe fórmula mágica. "Dentro das humanas, eu entendi, com o tempo, que eu aprendo melhor escrevendo. O ato mecânico de escrever, combinado com o ato de ler, me ajuda muito", explica.

Sociologia

Entre as questões de sociologia, um tópico que se destaca é o dos direitos fundamentais, que inclui intolerância religiosa, desigualdade de gênero, violência doméstica, racismo e outros preconceitos, como capacitismo e etarismo.

"Dentro desse assunto, o direito das crianças e adolescentes tem sido o foco em várias edições, aparecendo de forma direta em 2000, 2005 e 2014. O segundo tópico mais abordado envolve temas semelhantes, mas requer uma visão mais ampla dos problemas sociais no Brasil e no mundo. Isso inclui debates sobre a participação popular, a efetividade da democracia representativa, questões de voto e representatividade de parlamentares em relação às demandas da sociedade", destaca o professor de sociologia do Sigma, Patrick Saldanha. 

Além disso, um tema que pode surgir na edição de 2023 é a importância da educação na sociedade, "abordando a educação inclusiva e a formação crítica dos alunos", segundo lembra o professor. Questões ambientais, como o dilema entre agronegócio e preservação ambiental, também são pertinentes", completa.

Desde 2011, temas relacionados à tecnologia, crimes digitais e influência das redes sociais nas relações interpessoais são, também, recorrentes.

Filosofia

De acordo com o professor de filosofia do cursinho social Jovem de Expressão, Roberth Gabriel, candidatos devem esperar por temas relacionados aos filósofos pré-socráticos."Com base nas últimas edições do Enem, os pré-socráticos vão aparecer, em conjunto com a perspectiva hegeliana. Diante de alguns eventos que tornaram-se frequentes em nossa sociedade, as perspectivas de Descartes, de dúvida metódica, em detrimento às fake news e às formas de obtenção de conhecimento.

Geografia

Em geografia, as questões do Enem frequentemente contextualizam os conteúdos, buscando descrever processos e características geográficas em situações do cotidiano. As questões da prova costumam abordar temas relacionados a movimentos sociais, cidadania, democracia e conflitos políticos, econômicos, sociais e ambientais", explica o professor de geografia Robson Lucas.

Para ajudar na percepção e na estratégia de estudo, o professor afirma que é útil destacar dois amplos campos da geografia: a geografia física, que concentra-se no estudo das atividades que ocorrem na litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera da Terra; e a geografia humana ou cultural, em que são exploradas as sociedades humanas, incluindo seus aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos, e como elas se relacionam com os espaços geográficos da Terra.

Segundo o professor, é importante prestar atenção à análise de textos, imagens, gráficos e mapas. Algumas das questões mais recorrentes nas provas anteriores incluem questões ambientais, agropecuárias, fases do capitalismo, urbanização, indústria, migrações, comércio, geologia e relevância, população e hidrografia.  

História

Na prova de história, saber se situar bem historicamente pode ser decisivo para uma resolução, de acordo com o professor da disciplina, Tiago Diana. "Em geral, a prova de história é composta de questões medianas e fáceis - uma boa capacidade de interpretação em cooperação com repertório histórico é estratégico", avalia.

Os temas mais recorrentes são relacionados à história do Brasil: Colônia, Império e Primeira República; choque cultural, etnocentrismo, processo de invasão do Brasil; trabalho escravo, suas mazelas e consequências; Segundo Reinado, Ciclo do Café, tímido surto industrial da Era Mauá, ideal Darwinista Social e a crença no embranquecimento da população;  primeira república, vícios políticos, coronelismo, diferentes revoltas sociais, desenvolvimento da sociedade brasileira, Brasil inserido no contexto internacional e sendo influenciado pelos acontecimentos do século 20; e Era Vargas, período de muitas transformações políticas, sociais e econômicas. A Constituição de 1934 e o período de ditadura do Estado Novo também podem ser abordados.

"Além desses, vale a pena estudar a história geral, como a Idade Antiga, noções sobre Grécia e Roma - Filosofia, Política e modo de vida; Idade Média, noções sobre feudalismo, modo de vida da população, poder da Igreja Católica e os desenvolvimentos do processo de desenvolvimento; Idade Moderna - Consolidação da Burguesia, formação do Estado Nacional, processo de expansão marítima, Teoria de Estado - Contratualistas, Desenvolvimento humano e Contemporânea, Revolução Industrial, consolidação do capitalismo, mudanças, novos processos, tecnologia, trabalho", conclui Tiago Diana.