O Enem é a principal porta de acesso ao ensino superior no Brasil. Para garantir que todos os participantes tenham a oportunidade de fazer o exame, independentemente de terem ou não algum tipo de deficiência, são disponibilizados recursos de acessibilidade para a prova.
Qualquer participante que solicita ajuda durante a inscrição pode ter acesso a esses recursos. Este ano, são 38.101 inscritos, com autismo (6.044); baixa visão (6.504); cegueira (577); deficiência auditiva (113); deficiência física (5.173); deficiência intelectual/mental (3.073); déficit de atenção (13.686); discalculia (471); dislexia (1.135); surdez (64); surdocegueira (7); visão monocular (1.254).
A coordenadora geral de desenvolvimento da aplicação e logística do Enem Andreia Gonçalves destaca que pensar em formas acessíveis e inclusivas na aplicação do Enem sempre foi uma das prioridades do certame. "Sempre tivemos uma atenção, um olhar diferenciado para essa questão da acessibilidade, do atendimento para as pessoas com deficiência, com transtorno funcional específico ou com alguma doença que quisesse indicar no ato da inscrição para ter um tratamento específico e diferenciado. Ao longo dos anos, a gente foi aperfeiçoando esse atendimento com a inclusão da vídeo-prova em Libras, para os participantes surdos ou com deficiência auditiva, e do leitor de tela, para quem tem cegueira ou alguma deficiência visual", ressalta.
Uma das inovações da edição deste ano é o cartão de resposta ampliado para participantes com deficiência visual. "Eles puderam optar, no sistema de inscrição, se queriam continuar com o cartão regular ou fazer com O cartão ampliado, e aproximadamente 80% dos inscritos com algum tipo de deficiência visual optaram pelo cartão resposta ampliado. Esses participantes vão ter tanto o grid para as respostas das questões objetivas quanto a folha de redação no modo ampliado", explicou a coordenadora.
Andrea conta que o Instituto tem se tornado um modelo em acessibilidade para as universidades do país. "Somos sempre consultados sobre como disponibilizar recursos nos sistemas de inscrição, como capacitar aplicadores especializados, e etc. Nós temos muito orgulho de ser essa referência", comemora.
Impacto
Com a disponibilidade desses recursos, participantes que necessitam de atendimento especial experimentam a inclusão na prática, como foi o caso do estudante de jornalismo Luis Felipe Sales, de 21 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para ele, o Enem foi essencial para realizar o sonho de cursar uma faculdade. "Eu fiz o Enem em 2019 e deu tudo certo. Pretendo terminar o curso de jornalismo e ser repórter de TV. No ano que vem, quero fazer seleção para tentar entrar nas emissoras", conta o estudante.
Para a coordenadora do cursinho preparatório social Galt Vestibulares, Aline Barbosa, as mudanças que o Inep está proporcionado ao Enem são essenciais para que alunos com deficiência possam fazer uma boa avaliação: "A prova com imagens coloridas e a prova adaptada para daltônicos mostram que o Ministério da Educação está atento e preocupado com a acessibilidade do estudante no momento de fazer a prova de acesso ao nível superior".