Estimular os jovens que devem ingressar no mercado de trabalho e alavancar os investimentos nos ensino superior e técnico são alguns dos caminhos apontados por especialistas para se alcançar o protagonismo no contexto industrial. Questões como o abandono escolar e os jovens que não estudam nem trabalham impedem a formação de capital humano de qualidade em toda a América Latina, mas podem ser vencidos, de acordo com especialistas, pelo esforço conjunto de instituições de ensino e empresas Rodrigo Custódio, diretor da Prática Industrial da consultoria alemã Roland Berger no Brasil, propõe a integração entre universidades, institutos de pesquisa, grandes corporações e startups como solução para superar as barreiras da educação e acelerar as transformações na área. As instituições de ensino formariam profissionais capacitados para o mercado. Já as companhias facilitariam a inserção deles no setor laboral. As emergentes startups, por sua vez, despontariam com as ideias baseadas nas áreas de maior demanda profissional. "Aumentar a penetração do ensino técnico é um dos caminhos. Para isso, não se deve apenas ampliar a oferta, mas treinar os educadores para as novas exigências do mercado", recomenda. Ele lamenta a vagarosidade do aprimoramento do processo. "Essas transformações demandam muito esforço e levam anos, décadas, para se obterem resultados. Os países que investirem o quanto antes vão obter resultados mais imediatos", prevê. O caso de Roberto Nascimento, 32 anos, ilustra a relevância do ensino técnico no atual contexto. Ele trabalhou por anos como montador de móveis. Mesmo gostando da área, o morador do Recanto das Emas queria se superar e se tornar seu próprio chefe. A mudança de vida começou quando ingressou no curso de técnico em móveis do Instituto Federal de Brasília (IFB), no câmpus de Samambaia. "Aprendi as áreas teórica e prática. Temos aula sobre medição de ambientes e criação de projetos em programas computadorizados. No fim, fazemos um estágio de seis meses, no qual mostramos aos professores o aprendizado absorvido", explica. Com o conhecimento adquirido nos dois anos da formação, Roberto hoje administra com sucesso uma microempresa de mobília planejada. Desde o ingresso no curso, Roberto queria abrir o próprio negócio. Ele lidera a microempresa junto a um irmão e relata com alegria o sucesso do empreendimento. "Temos uma marcenaria em casa e já contamos com diversos clientes. O DF está cheio de oportunidades, pois muitos apartamentos estão sendo construídos, o que aquece o mercado de móveis planejados", comenta.