
Em discurso durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado nesta terça-feira (22//4) na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de integração econômica na América Latina, defendeu políticas públicas de inclusão social como motor do crescimento e criticou o avanço do protecionismo global.
Na presença do presidente chileno, Gabriel Boric, Lula iniciou o discurso com destaque para transformações no Brasil desde a última visita do colega. “O Boric percebeu a mudança que aconteceu entre a sua primeira viagem e a segunda viagem ao Brasil”, afirmou, em alusão ao crescimento econômico registrado nos últimos dois anos. Lula celebrou os índices positivos de crescimento — 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024 — e os atribuiu à estabilidade econômica, fiscal, social e política promovidas pelo governo.
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O presidente também destacou os avanços legislativos, como a aprovação do novo marco fiscal e da reforma tributária, feitos que considerou históricos dada a baixa representatividade do Partido dos Trabalhadores (PT) no Congresso. “Nós aprovamos mais do que qualquer outro governo em qualquer outro momento histórico”, disse.
Críticas
Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula criticou medidas protecionistas adotadas por “um país que simbolizou o livre-comércio desde a Segunda Guerra Mundial”. Ele alertou para os riscos de guerras comerciais e para o abandono do multilateralismo em favor de políticas que, segundo ele, nunca beneficiaram os mais pobres. “O nosso crescimento se deve à possibilidade que nós temos de construir instituições sólidas”, argumentou.
Lula ressaltou que o caminho para o desenvolvimento latino-americano passa por cooperação e investimento mútuo. “Ficamos esperando que os Estados Unidos gostassem da gente, depois olhamos para a China… Mas ninguém vai fazer a gente ficar rico. Nós precisamos querer ficar ricos”, declarou.
Nesse sentido, Lula defendeu o fortalecimento de parcerias industriais, como o uso estratégico da Embraer para fomentar uma indústria aeronáutica latino-americana, além de investimentos conjuntos em ciência, tecnologia e formação de engenheiros e pesquisadores. “Nós temos que dar crédito a nós mesmos”, resumiu.
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O Fórum contou com a presença de ministros, empresários e autoridades chilenas e brasileiras, e simbolizou um novo momento nas relações bilaterais, com foco em comércio, inovação e desenvolvimento social.
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