BANCO CENTRAL

Entendemos que o ciclo precisa se estender, diz Galípolo sobre alta de juros

Presidente do Banco Central reconheceu que Brasil vai conviver com uma inflação acima da meta

Galípolo ainda reconheceu, durante entrevista coletiva de anúncio do Relatório de Política Monetária, nesta quinta-feira (27/3), que a autoridade monetária trabalha com um cenário de inflação acima da meta durante um longo período. -  (crédito: Raphael Ribeiro/BC)
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Galípolo ainda reconheceu, durante entrevista coletiva de anúncio do Relatório de Política Monetária, nesta quinta-feira (27/3), que a autoridade monetária trabalha com um cenário de inflação acima da meta durante um longo período. - (crédito: Raphael Ribeiro/BC)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que ainda não há definições sobre quanto tempo deve durar o período atual de taxas de juros mais elevadas. Após o aumento de 3 pontos-base na Selic, que passou de 11,25% para 14,25% em apenas três reuniões, Galípolo disse que o ciclo de política monetária mais restritiva deve se estender, apesar de não indicar nenhum horizonte relevante. 

“O Banco Central tem consciência que esse é um momento um pouco mais incômodo no ponto de vista de indicadores econômicos que você vai estar com uma taxa de juros caminhando para um patamar elevado do ponto de vista de contração e ainda com uma inflação que vai estar rodando acima da meta e que a gente espera, dentro do cenário que está projetado, que isso vai começar a bater na atividade (econômica)”, destacou o presidente.

Galípolo ainda reconheceu, durante entrevista coletiva de anúncio do Relatório de Política Monetária, nesta quinta-feira (27/3), que a autoridade monetária trabalha com um cenário de inflação acima da meta durante um longo período. “A gente sabe que a gente vai conviver com uma inflação acima da meta e que os mecanismos de transmissão desse processo vão se dar nesta ordem que a gente tem comunicado”, disse. 

No relatório publicado nesta quinta-feira, o Banco Central acredita que somente no primeiro trimestre de 2026 a inflação acumulada de 12 meses deve voltar a ficar abaixo do teto da meta. No final do próximo ano, a expectativa é que a taxa recue para 3,7%, para então atingir o centro da meta, em 3%, apenas no segundo semestre de 2027. 

Para 2025, o BC espera uma inflação ainda acima de 5% ao final do ano. “Então essa combinação de inflação acima da meta, uma taxa de juros mais contracionista, atividade que a gente tem no nosso cenário que já começa a desacelerar, costuma a produzir esse tipo de posição que é um pouco mais incômoda do ponto de vista de percepção e de conforto econômico”, concluiu Galípolo. 

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Raphael Pati
postado em 27/03/2025 21:07