BANCO CENTRAL

"Tenho confiança na liderança do Galípolo", diz Haddad após BC elevar juros

Ministro da Fazenda ainda destacou que governo federal não esperava um "cavalo de pau" do novo presidente do Banco Central

Haddad voltou a criticar as expectativas do mercado financeiro que, segundo ele, chegaram a dizer no final do ano passado que o câmbio do dólar poderia atingir R$ 7 (nesta quinta-feira, está a R$ 5,67) -  (crédito: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)
x
Haddad voltou a criticar as expectativas do mercado financeiro que, segundo ele, chegaram a dizer no final do ano passado que o câmbio do dólar poderia atingir R$ 7 (nesta quinta-feira, está a R$ 5,67) - (crédito: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou satisfeito com o trabalho do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apesar da elevação de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros Selic, que chegou a 14,25% anuais na reunião desta quarta-feira (19/3). O movimento já era esperado e, segundo Haddad, o governo federal não esperava um “cavalo de pau” de Galípolo – indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – na condução da política monetária.

“Ele tem um compromisso com a coerência das medidas do BC, ou seja, trazer a inflação para a meta”, disse o ministro, em entrevista nesta quinta-feira (20/3) ao canal de notícias Globonews. “Então, eu tenho confiança na liderança do Galípolo e nas pessoas que foram indicadas pelo presidente Lula para a diretoria do Banco Central”, completou.

Ainda sobre a elevação da taxa Selic e a postura de Galípolo, o chefe da pasta considera que o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda é uma pessoa “psicologicamente preparada” para o cargo, e comentou sobre as pressões que recebe de diversos lados. “O mercado financeiro, a classe política, os empresários do setor produtivo, todo mundo tem interesse nas medidas que o Banco Central toma”, destacou.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Haddad voltou a criticar as expectativas do mercado financeiro que, segundo ele, chegaram a dizer no final do ano passado que o câmbio do dólar poderia atingir R$ 7 (nesta quinta-feira, está a R$ 5,67). Ele disse que ninguém cobra os economistas ao que chamou de “barbeiragem da previsão” e disse que o Banco Central deve se basear não apenas nas expectativas, mas também nos “fundamentos da economia”.

“Então, o que eu acho que vai acontecer é que o Banco Central vai olhar para todas essas variáveis, (o presidente do BC, Gabriel Galípolo) sabe que tem um mandato para cumprir, sabe que tem que trazer a inflação para a meta, e vai fazer isso da maneira mais inteligente possível”, concluiu Haddad.

Raphael Pati
postado em 20/03/2025 18:03