
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou satisfeito com o trabalho do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apesar da elevação de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros Selic, que chegou a 14,25% anuais na reunião desta quarta-feira (19/3). O movimento já era esperado e, segundo Haddad, o governo federal não esperava um “cavalo de pau” de Galípolo – indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva – na condução da política monetária.
“Ele tem um compromisso com a coerência das medidas do BC, ou seja, trazer a inflação para a meta”, disse o ministro, em entrevista nesta quinta-feira (20/3) ao canal de notícias Globonews. “Então, eu tenho confiança na liderança do Galípolo e nas pessoas que foram indicadas pelo presidente Lula para a diretoria do Banco Central”, completou.
Ainda sobre a elevação da taxa Selic e a postura de Galípolo, o chefe da pasta considera que o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda é uma pessoa “psicologicamente preparada” para o cargo, e comentou sobre as pressões que recebe de diversos lados. “O mercado financeiro, a classe política, os empresários do setor produtivo, todo mundo tem interesse nas medidas que o Banco Central toma”, destacou.
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Haddad voltou a criticar as expectativas do mercado financeiro que, segundo ele, chegaram a dizer no final do ano passado que o câmbio do dólar poderia atingir R$ 7 (nesta quinta-feira, está a R$ 5,67). Ele disse que ninguém cobra os economistas ao que chamou de “barbeiragem da previsão” e disse que o Banco Central deve se basear não apenas nas expectativas, mas também nos “fundamentos da economia”.
“Então, o que eu acho que vai acontecer é que o Banco Central vai olhar para todas essas variáveis, (o presidente do BC, Gabriel Galípolo) sabe que tem um mandato para cumprir, sabe que tem que trazer a inflação para a meta, e vai fazer isso da maneira mais inteligente possível”, concluiu Haddad.