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Consumo nos lares tem queda de 4,25% em fevereiro, mas mantém alta em 2025

Preços do café e dos ovos ficaram mais altos no mês e cesta de 35 produtos atingiu R$ 806 na média nacional

Dois produtos foram os principais responsáveis pela carestia em fevereiro: o ovo, que registrou aumento de 15,39%, e o café torrado e moído, que subiu 10,77% -  (crédito:  Ed Alves/CB)
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Dois produtos foram os principais responsáveis pela carestia em fevereiro: o ovo, que registrou aumento de 15,39%, e o café torrado e moído, que subiu 10,77% - (crédito: Ed Alves/CB)

Com a inflação em alta e os preços dos alimentos cada vez mais caros, o consumo nos lares brasileiros registrou queda em fevereiro. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) esse consumo apresentou uma retração de 4,25% no período, em relação ao mês anterior. Os dados foram publicados na pesquisa Consumo nos Lares, divulgada pela entidade nesta quinta-feira (20/3).

Nesse contexto, a cesta de 35 produtos de largo consumo indicada pela Abras ficou ligeiramente mais cara no mês, e passou de R$ 800,75 em janeiro para R$ 806,61 no mês seguinte. Dois produtos foram os principais responsáveis pela carestia em fevereiro: o ovo, que registrou aumento de 15,39%, e o café torrado e moído, que subiu 10,77%.

Na região Centro-Oeste, o preço médio do ovo subiu mais de 20% em apenas um mês. No acumulado dos últimos 12 meses, o produto já valorizou 16,42%. Uma das explicações para o valor mais caro dos ovos é a demanda maior alinhada com menor oferta no mercado. De acordo com a Abras, o consumo per capita do alimento passou de 242 por ano em 2023, para 269 no ano seguinte.

Por outro lado, outros alimentos básicos tiveram retração nos preços em fevereiro. São eles: feijão (-3,33%), óleo de soja (-1,98%), arroz (-1,61%), farinha de mandioca (-1,61%), leite longa vida (-1,04%), açúcar refinado (-0,28%) e massa sêmola de espaguete (-0,16%).

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Apesar da queda em fevereiro, no acumulado do primeiro bimestre, o indicador registra alta de 2,25% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A entidade ressalta que nos dois primeiros meses do ano, o orçamento das famílias é pressionado por despesas obrigatórias, como mensalidades escolares, transporte e impostos. Dessa forma, a prioridade vai para os gastos fixos, com a consequente redução do consumo de outros itens.

Além disso, a Abras também destaca que, com o mês mais curto e a realização do Carnaval em março, diferentemente do ano anterior, houve ainda menos estímulos para o consumo no mês. “Apesar desse recuo pontual em fevereiro, o crescimento anual reflete fatores como o reajuste do salário-mínimo, recursos dos programas de transferência de renda e melhora do mercado de trabalho”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.


Raphael Pati
postado em 20/03/2025 15:52