'A gente quer uma inflação comportada', diz Haddad em entrevista

Sobre a proposta de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, Haddad avalia que o Congresso Nacional deve aprovar com "tranquilidade" o projeto - (crédito: Reprodução Youtube Canal Gov)

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que o governo quer uma inflação "cada vez mais comportada, sabendo que quando ela sai da banda, o Banco Central têm que tomar providência para trazer ela para o patamar convencional com o Conselho Monetário Nacional". A declaração foi dada durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, desta quinta-feira (20/3),

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Haddad disse que não há necessidade de uma recessão econômica para abaixar a inflação no país. Segundo o titular da Fazenda, "você consegue administrar a ecomonia de maneira a crescer de forma sustentável sem que a inflação saia do controle".

Leia também: Haddad critica pesquisa da Quaest sobre avaliação negativa na Fazenda

Segundo o Boletim Macrofiscal, divulgado na quarta-feira (19/3), é esperado pelo governo uma inflação próxima a 5% no segundo semestre deste ano. A equipe de Haddad destaca incertezas no cenário internacional como o principal motivo para a mudança.

Isenção do Imposto de Renda

Sobre a proposta de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, Haddad avalia que o Congresso Nacional deve aprovar com "tranquilidade" o projeto. "Tenho certeza que mesmo a extrema-direita não terá argumento para não aprovar essa medida. Não consigo enxergar alguém da extrema-direita subir na tribuna e justificar a cobrança de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil", disse o ministro.

Leia também: Taxa de juros chega a 14,25% e vai subir mais, segundo o Copom

Haddad também rebateu as críticas da oposição contra o projeto de isenção. O ministro afirmou que técnicos e especialistas estudaram a medida por mais de um ano e lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também chegou a sugerir proposta parecida, mas não levou adiante. "Bolsonaro não atualizou a tabela do Imposto de Renda e manteve o salário mínimo sem aumento real. Querem criticar quem cumpre promessa", citou Haddad.