GOVERNO TRUMP

EUA podem negociar acordos bilaterais após impor tarifas, sugere Rubio

Secretário de Estado disse, em entrevista ao canal CBS, que reciprocidade é "global", e não apenas contra os principais parceiros

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Rubio: "Isso é global. Não é contra o Canadá, não é contra o México, não é contra a União Europeia, é contra todo mundo" - (crédito: Kevin Dietsch/Getty Images/AFP)

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o governo norte-americano pode iniciar negociações bilaterais com outros países sobre novos acordos que envolvem tarifas e cotas de exportação, assim que o país impuser tarifas aos seus principais parceiros, como México, Canadá e China. A declaração foi feita neste domingo (16/3) em entrevista para um programa do canal de televisão CBS.

“Isso é global. Não é contra o Canadá, não é contra o México, não é contra a União Europeia, é contra todo mundo”, afirmou o secretário durante o programa. “E então, a partir dessa nova base de justiça e reciprocidade, nos envolveremos — potencialmente — em negociações bilaterais com países ao redor do mundo, sobre novos acordos comerciais que façam sentido para ambos os lados”, acrescentou.

Na última semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas provenientes da União Europeia. O anúncio veio após o bloco europeu aprovar uma medida para taxar o whisky norte-americano em 50%. Sem detalhar como seriam os possíveis acordos, Rubio disse que os EUA “redefiniriam a linha de base para garantir que fossem tratados de forma justa”.

"Não gostamos do status quo. Vamos estabelecer um novo status quo, e então podemos negociar algo, se eles (outros países) quiserem", disse. "O que temos agora não pode continuar”, concluiu Rubio.

Desde que assumiu pela segunda vez, o presidente Donald Trump anunciou tarifas elevadas sobre produtos importados pelos EUA de seus principais parceiros comerciais.

Entre elas, há a medida que instituiu taxa de 25% sobre aço e alumínio de todos os países, o que impacta diretamente o Brasil, que em 2024 foi o segundo maior exportador de aço para o país.

Enquanto isso, as negociações entre o governo brasileiro e os representantes dos Estados Unidos seguem sem uma expectativa de conclusão definida.

Raphael Pati
postado em 16/03/2025 23:01 / atualizado em 16/03/2025 23:01