
As tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos entraram em vigor nesta quarta-feira (12/2). O Brasil, responsável por 17% das importações de aço para os EUA, será um dos países afetados pela medida do presidente Donald Trump.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai se reunir com o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Pollo de Mello Lopes, e outros representantes da entidade nesta manhã, a partir de 9h30. Conforme agenda de Haddad, também participam do encontro o Secretário de Política Econômica, Guilherme Santos Mello e o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Nas últimas semanas, o governo brasileiro tem tentando negociar as tarifas de importação. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, chegou a se reunir por videoconferência com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
Os Estados Unidos são um dos principais compradores do aço brasileiro. Em 2024, o país comprou mais de 35% da produção do Brasil.
O Instituto Aço Brasil entende que a taxação de 25% sobre os produtos de aço brasileiros não será benéfica. "Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placas por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil", diz a organização.
Reação internacional
Além do Brasil, outros países como Canadá e China também serão taxados. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que "as ações dos Estados Unidos violam seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio, prejudicam gravemente o sistema comercial multilateral baseado em regras e não conduzem à solução do problema".
Ela ainda acrescentou que a China, maior produtor mundial de aço, "adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos".
O Reino Unido afirmou que está "decepcionado" com as medidas dos Estados Unidos, mas afirmou que não adotaria medidas de retaliação imediatas.
"Estamos focados em uma abordagem pragmática e em negociar rapidamente um acordo econômico mais amplo com os Estados Unidos para eliminar as tarifas adicionais", declarou o secretário de Comércio do Reino Unido, Jonathan Reynolds.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que serão aplicadas taxas sobre 26 bilhões de euros em produtos dos Estados Unidos a partir de 1º de abril. "Lamentamos profundamente as tarifas impostas pelos EUA à Europa.Tarifas são impostos. Elas são ruins para os negócios e ainda piores para os consumidores", afirmou Ursula.
We deeply regret the US tariffs imposed on Europe.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) March 12, 2025
Tariffs are taxes.
They are bad for business, and even worse for consumers.
Today Europe takes strong but proportionate countermeasures.
We remain ready to engage in dialogue ↓ pic.twitter.com/5m1bGZjnsx
"Hoje, a Europa toma contramedidas fortes, mas proporcionais.Continuamos prontos para dialogar", emendou a presidente da Comissão Europeia.
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