Conjuntura

Haddad diz que inflação deve se acomodar antes das projeções do mercado

Ministro negou ainda uma contradição entre medidas de crédito e a alta de preços. Governo prepara o lançamento de uma nova modalidade de empréstimo consignado para o setor privado

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Haddad: "Nossa perspectiva é de que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê" - (crédito: EBC)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (13/2) que a inflação deve se acomodar antes das expectativas do mercado financeiro. Em documento divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a pasta avalia que a economia brasileira deverá desacelerar e que a inflação continuará estável — próxima de 5% neste ano.

“Nossa perspectiva é de que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê”, disse Haddad a jornalistas, ao negar uma contradição entre medidas de crédito e a alta de preços. O governo está preparando o lançamento de uma nova modalidade de empréstimo consignado para o setor privado. 

“Não, não é uma contradição. Hoje, os trabalhadores estão pagando 5,5% de taxa de juros por falta de acesso ao consignado. Não é justo a pessoa com uma garantia que pode ser dada continuar pagando 5,5% ao mês no crédito direto ao consumidor”, afirmou. 

Apesar das expectativas de inflação permanecerem distantes da meta ao longo deste ano, que é de 3%, com intervalo de tolerância de até 4,5%, a expectativa da Fazenda é de que haja uma desaceleração dos preços dos alimentos, que têm pressionado o consumo das famílias. 

O documento destaca um arrefecimento no preço das carnes, e alimentos in natura, que foram bastante impactados por eventos climáticos extremos no ano passado.  “Os preços de carnes tendem a desacelerar até o final do ano, menos impactados pela reversão no ciclo de abate do gado e pelo avanço das exportações”, aponta. 

“O cenário também deverá ser mais favorável para o arroz, feijão, alimentos in natura e derivados de soja e leite, refletindo as boas perspectivas para o clima e para a produção agrícola em 2025. Em contrapartida, os preços de trigo e derivados tendem a subir, impactados pela baixa colheita em 2024”, projeta a pasta. 

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Rafaela Gonçalves
postado em 13/02/2025 20:23