O Índice FipeZap, que mede o preço médio do metro quadrado de imóveis no Brasil, avançou 7,73% em 2024 e registrou a maior alta em 11 anos. O recorde anterior era de 2013, quando os preços subiram 13,74%. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e a ZAP, responsáveis pela publicação, a valorização anual foi liderada por imóveis de um dormitório e capitais das regiões Sul e Nordeste.
A pesquisa levantou dados sobre a venda de imóveis em 56 cidades brasileiras, com base nos preços informados em anúncios de classificados. Desta forma, o levantamento considera apenas os imóveis anunciados, e que não necessariamente já foram vendidos.
O índice acumulado em 2024 foi superior às taxas de inflação registradas no mesmo período em análise pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que avançou 6,54%, além do Índice Nacional de Preços o Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 4,64%, considerando os resultados até novembro e a prévia de dezembro. Imóveis com um dormitório foram os que tiveram o maior aumento relativo no ano, com variação acumulada de 8,71%.
Das 56 cidades analisadas na pesquisa, somente o município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, registrou desvalorização do preço médio no metro quadrado em 2024. Vale destacar que a cidade gaúcha foi uma das mais atingidas pelos temporais que devastaram grande parte do estado durante o último mês de maio. Nos últimos 12 meses, a desvalorização acumulou 1,5%.
Diante disso, os imóveis ficaram mais caros em todas as 22 capitais analisadas pela pesquisa. As mais caras foram registradas em Vitória, que também foi a terceira maior do país, com média de R$ 12.287, e Florianópolis, que alcançou R$ 11.766. Maior cidade da América Latina, São Paulo ficou na terceira posição, com preço médio de R$ 11.374.
“A gente tem visto uma desaceleração nos preços de compra e venda de imóveis, até pela alta da taxa de juros, que acaba fazendo com que a parcela fique um pouco maior e acaba reduzindo a demanda e aumentando a demanda por locação”, avalia o coordenador do índice, Alison Oliveira.
“Acho que uma tendência que a gente observa é que os juros devem se manter em um patamar mais elevado, o que deve acabar segurando aí esse aumento de preço. Então, a gente deve ter uma acomodação nos preços dos imóveis no próximo ano”, emenda o especialista.
Confira as maiores variações do Índice FipeZap em 2024, entre as capitais:
- Curitiba (+18,00%);
- Salvador (+16,38%);
- João Pessoa (+15,54%);
- Aracaju (+13,79%);
- Belo Horizonte (+12,53%);
- Vitória (+12,51%);
- Fortaleza (+11,49%);
- Goiânia (+11,49%);
- Maceió (+10,50%);
- Cuiabá (+10,31%);
- Belém (+9,90%);
- Florianópolis (+9,07%);
- São Luís (+8,73%);
- Natal (+8,51%);
- Manaus (+8,45%);
- Recife (+6,64%);
- São Paulo (+6,56%);
- Porto Alegre (+6,44%);
- Campo Grande (+4,08%);
- Brasília (+3,71%);
- Rio de Janeiro (+3,13%); e
- Teresina (+2,80%).
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