CB Debate

Rogério Sobreira aponta quatro dimensões fundamentais para a transição energética no Brasil

Economista destaca que o sistema financeiro de fomento, como o Banco do Nordeste, tem um papel crucial no avanço da agenda sustentável

O economista-chefe do Banco do Nordeste, Rogério Sobreira, participou nesta terça-feira (17/12) do painel “Negócios que podem levar o Brasil ao desenvolvimento sustentável” durante o CB Debate Desafios 2025: o futuro do Brasil em pauta. O evento foi realizado pela Arena Comunicação, com patrocínio da Brasal e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); e apoio de comunicação do Correio Braziliense. Sobreira destacou a importância de um novo conceito de desenvolvimento que integre produtividade, distribuição de riqueza e preservação ambiental.

"Se a gente lembra, quando se falava em futuro no passado, discutia-se essencialmente produtividade, crescer e produzir mais. Com o tempo, a dimensão da igualdade surge como fundamental: não apenas crescer, mas distribuir esse crescimento adequadamente. Hoje, descobriu-se que crescer e se desenvolver precisam necessariamente contemplar a dimensão da sustentabilidade, porque o planeta não poderá ser pilhado infinitamente", explicou Sobreira.

Rogério Sobreira foi enfático ao apontar que o desenvolvimento deve ser equilibrado economicamente, socialmente e ambientalmente. Para ele, há quatro dimensões fundamentais nessa transição: infraestrutura sustentável, transição energética, bioeconomia, economia circular e finanças sustentáveis.

O economista destacou que o sistema financeiro de fomento, como o Banco do Nordeste, tem um papel crucial no avanço dessa agenda sustentável. "Essa transição não é trivial. Os modelos econômicos ainda avaliam projetos de forma limitada, tratando a sustentabilidade como uma nota de rodapé. É necessário pensar em maneiras diferentes de incorporar essa dimensão ao desenvolvimento econômico", afirmou.

Sobreira também ressaltou a vantagem dos bancos de desenvolvimento, que não estão comprometidos com a maximização do retorno para acionistas, como ocorre no setor privado. Esse diferencial permite que instituições de fomento impulsionem investimentos sustentáveis e desenvolvam metodologias que, posteriormente, incentivem o setor privado a participar de maneira mais robusta.

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