Produto Interno Bruto

CNSeg prevê crescimento de 2,5% do PIB em 2025

Entidade faz balanço do setor segurador em 2024, quando a arrecadação deverá crescer 11,5% e, no próximo ano, deverá avançar um pouco menos: 10,1%

São Paulo — Com crescimento do setor de seguros na casa de dois dígitos desde 2021, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) divulgou, nesta quinta-feira (12/12), a primeira estimativa oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, de 2,5%, mais otimista do que o mercado financeiro, cuja mediana das projeções coletada pelo Banco Central está em 2%.

Pelas projeções da entidade, o segmento deverá crescer 10,1%, no próximo ano, após a arrecadação avançar 11,5%, neste ano, passando de R$ 669,5 bilhões para R$ 747,3 bilhões, o que marca uma leve desaceleração no faturamento de entre 2023 e 2024. De janeiro a setembro, o desempenho da arrecadação foi maior, de 13% na comparação com o mesmo período de 2023.

“Nós estamos mais otimistas, porque vemos a continuidade desse processo de fortalecimento do mercado de trabalho e de crescimento da massa salarial, que tem contribuído para o crescimento do setor na faixa de dois dígitos”, afirmou o presidente da CNSeg, Dyogo Oliveira. Para este ano, a CNSeg prevê avanço de 3,34% no PIB.

Apesar do endurecimento na política monetária e a perspectiva de que a taxa básica da economia (Selic) crescendo ao longo de 2025, podendo chegar até 15% ao ano depois de ter sido elevada para 12,25% anuais, ontem, pelo Banco Central, o executivo acredita que o impacto da transmissão da política monetária no setor os principais segmentos de atuação dos seguros, como crédito e setor imobiliário, também devem continuar crescendo em ritmo mais forte do que o PIB, entre 10% e 11%.

O ramo de seguros pessoais lideraram o aumento da arrecadação, sendo responsáveis por mais de 47% do avanço do setor no período. Com arrecadação de R$ 201,2 bilhões, de janeiro a setembro, o segmento cresceu 17,8% em comparação a 2023, segundo os dados da CNseg. Os seguros de danos e responsabilidades, como o de automóveis, apresentaram crescimento de 6,6%, totalizando R$ 100 bilhões em receita no mesmo período.

Conforme os dados da CNSeg, as indenizações dos clientes pessoa física e jurídica, no acumulado do ano, somaram R$ 376,7 bilhões, alta de 7,9% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Entre os segmentos com destaque em 2025, segundo Oliveira, estão os seguros de previdência privada, que devem avançar 15,6%, mas, em 2025, o ritmo de crescimento será menor, de 9,5%.

De acordo com o balanço da instituição, o segmento de coberturas de pessoas, que engloba os seguros de vida e planos de previdência privada, foi o principal responsável pelo aumento das indenizações, com R$ 115,3 bilhões – alta de 4,0%. A entidade também destacou ainda o avanço nos pagamentos pelos seguros de danos e responsabilidades, que totalizaram R$ 46,6 bilhões, representando um aumento de 11,3% em relação ao ano anterior.

Lições do RS

Dyogo Oliveira contou que os dados relativos às indenizações dos consumidores de seguros no Rio Grande do Sul, que foi palco da tragédia das enchentes em maio deste ano, em valores, somaram pouco mais de R$ 6 bilhões até o dia 4 deste mês, e a expectativa é encerrar o ano mais ou menos nesse patamar.

Ao todo, foram realizados 57.638 pagamentos de seguros. Apenas na indenização de automóveis as seguradoras pagaram 18.097 indenizações, somando R$ 1,2 bilhão. O menor volume de valores pagos foi o seguro agrícola - R$ 167,1 milhões. “No Rio Grande do Sul, apenas 6% das áreas agrícolas tinham cobertura de seguro. Acho que é muito pouco a participação do setor de seguros na perda total do Rio Grande do Sul”, afirmou Oliveira.

O executivo informou ainda que a entidade tem buscado conscientizar a sociedade sobre a importância do seguro mesmo em áreas que nunca foram alagadas, como aconteceu em Porto Alegre. “O que aconteceu lá, pode acontecer em qualquer outro lugar”, afirmou. “Não dá para achar que estamos imunes ao risco. Essa é a maior lição da tragédia do Rio Grande do Sul”, acrescentou.

*A jornalista viajou a convite da CNseg

 

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