Dinheiro

Fim do dinheiro físico? Pix reduz uso de notas e transforma pagamento no Brasil

Números do Banco Central revelam que percentual de pagamentos feitos com cédulas caiu de 76,6%, em 2019, para 40,5% em 2023

O uso de dinheiro em espécie no Brasil está em queda acelerada, impulsionado pela popularização do Pix. Segundo a 2ª edição da pesquisa O brasileiro e os hábitos de uso de meios de pagamento, realizada pelo Banco Central (BC) entre outubro e novembro de 2023, o percentual de pagamentos feitos com cédulas caiu de 76,6%, em 2019, para 40,5% em 2023. Ao mesmo tempo, o Pix já representa quase um quarto (24,9%) de todas as transações realizadas no país.  

Os dados mostram que o Pix é o meio de pagamento preferido para 64,9% dos entrevistados, superando o dinheiro, escolhido por 55,7%. Nos estabelecimentos comerciais, a tendência se repete: 69,5% preferem o Pix, enquanto 64,4% ainda utilizam cédulas.

Os números revelam uma transformação no cenário financeiro brasileiro, marcada pela digitalização e pela maior eficiência nos pagamentos. Com 1.500 consumidores e 600 estabelecimentos comerciais entrevistados, a pesquisa analisou 11.023 transações, detalhando não apenas os meios de pagamento escolhidos, mas também as razões por trás das preferências, os valores movimentados e os tipos de bens ou serviços adquiridos.  

“O estudo demonstra como o Pix tem sido fundamental para a modernização dos pagamentos no Brasil, promovendo inclusão financeira e maior eficiência nas transações”, destaca o relatório. A ferramenta, lançada pelo BC em 2020, tornou-se um marco na digitalização financeira, permitindo transferências instantâneas e gratuitas para pessoas físicas.  

Desafios  

Apesar da adesão massiva, o relatório expõe barreiras importantes. Cerca de 17,3% dos entrevistados afirmaram não ter usado o Pix nos últimos 12 meses. Entre as razões mais citadas estão a falta de conhecimento sobre como utilizar a ferramenta, dificuldades no acesso à internet e a preferência por métodos considerados mais rápidos.  

A queda no uso de dinheiro físico no Brasil acompanha uma tendência global, mas também evidencia uma questão estrutural: o acesso desigual à internet. A popularidade do Pix, especialmente em áreas urbanas, contrasta com as dificuldades enfrentadas por populações em regiões mais remotas ou de baixa renda, onde a conectividade limitada ainda é uma barreira significativa.  

Para enfrentar esses desafios, o Banco Central frisa que continua a investir em novas funcionalidades e produtos relacionados ao Pix. A expansão de ferramentas que permitam maior acessibilidade é vista como essencial para garantir que a digitalização dos pagamentos seja inclusiva e atenda a todas as camadas da sociedade.  

Enquanto a transição para meios de pagamento digitais avança rapidamente, o futuro do dinheiro físico no Brasil ainda está em debate. Para muitos, ele segue como um recurso essencial, especialmente em áreas onde o Pix ainda não chegou com força total. No entanto, a velocidade da transformação aponta para um cenário cada vez mais dominado por pagamentos instantâneos e digitais, consolidando o Pix como o dinheiro do futuro.  

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