Neste novo ano, dezenas de países estarão reunidos em Belém, no Pará, para discutir temas como transição energética, mercado de carbono e bioeconomia. Na avaliação de especialistas, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, será um espaço fundamental para o Brasil demonstrar que está preparado para o futuro e ser protagonista dessas pautas. Na avaliação do presidente-executivo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Thiago Falda, as oportunidades do encontro vão servir para posicionar ainda mais o país no cenário internacional em relação à bioeconomia.
"O que o Brasil não pode perder (na COP 30) é influenciar os acordos internacionais para que os países signatários criem políticas de estímulo à adoção de produtos da bioeconomia, seja para criar mercados, seja por mandato, seja por compras públicas preferenciais e, principalmente, seja para a quebra de barreiras não tarifárias", avalia Falda. Segundo ele, por conta dos custos ainda elevados, muitos países deixam de investir na capacidade da bioeconomia para a produção industrial.
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"O que é muito importante para o Brasil não deixar de perder de trazer? É criar um compromisso nos países em viabilizar o mercado para esses produtos", acrescenta. Para 2025, o presidente da ABBI acredita que, a nível nacional, os debates devem se concentrar na regulamentação da Lei 15.042/2024, que instituiu o mercado de carbono no Brasil, além de outros temas que devem ser tratados no âmbito da Estratégia Nacional da Bioeconomia, assinada por 17 ministérios, visando implementar políticas públicas sobre o tema.
Hidrogênio verde
Outro tema que deve ser discutido no encontro é a regulamentação do hidrogênio verde. O Brasil deu o primeiro passo em 2024 para implementar políticas públicas de incentivo ao combustível do futuro, como é chamado, com o Marco Legal do Hidrogênio Verde, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto do ano passado.
Para a diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), Fernanda Delgado, o assunto deve ser destaque na COP 30, assim como outros temas da agenda verde do Brasil.
"A COP é um corolário de todas as discussões ecológicas, ambientais e sociais que acontecem em várias esferas mundiais, e todo mundo se encontra, todas elas se encontram em algum lugar do mundo. E vai ser excelente o Brasil, que foi sede do G20 (grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta mais a União Europeia e a União Africana), em 2024, e, neste ano, sediará a COP30, com essa agenda verde que a gente discutiu e tiveram vários projetos aprovados, leis aprovadas", acredita.
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