No último dia de operações antes da véspera de natal, o dólar registrou alta robusta de 1,87% nesta segunda-feira (23/12), cotado a R$ 6,18, com as atenções ainda voltadas para o exterior. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed) — o Banco Central dos EUA — surpreendeu o mercado, com a projeção de um ritmo mais moderado nos cortes da taxa de juros no ano que vem. Na reunião encerrada na última quarta-feira, o Fed reduziu os juros no país em 0,25%, para um patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.
Em uma semana de menor liquidez e poucas divulgações econômicas pelo feriado de Natal, os mercados ainda digerem o comunicado e as projeções publicadas pelo Fed, na avaliação da gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, Paula Zogbi.
“As projeções de taxas de juros altas por mais tempo, com inflação mais elevada e precificação de apenas 2 cortes em 2025, trouxeram volatilidade para os ativos de risco e mais força para o dólar, que tem ainda mais força em relação ao real do que a outras moedas, graças aos riscos fiscais domésticos”, avalia.
Bolsa de Valores
Já o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) encerrou o dia em queda de 1,09%, aos 120.766, com os agentes do mercado ainda digerindo o pacote fiscal enviado pelo governo federal, aprovado no Congresso Nacional na semana passada.
No último fim de semana, o Ministério da Fazenda atualizou o impacto que a desidratação dos projetos tiveram no parlamento para R$ 2,1 bilhões. Com isso, a nova previsão do governo é economizar R$ 69,8 bilhões até 2026, ante R$ 71,9 bilhões da projeção anterior.
As ações da Petrobras (PETR4) subiram 0,03%, mesmo com a queda no preço do petróleo no mercado internacional. Preocupações com um excedente de oferta no próximo ano, diante de um comércio mais fraco, além da valorização do dólar fazem a commodity perder valor no exterior. Os papeis da Vale (VALE3) subiram 0,42%, no mesmo ritmo da alta do minério de ferro na China.