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Acordo Mercosul-UE beneficia Rotas de Integração, diz secretário

Segundo o secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, João Villaverde, países vizinhos terão interesse em usar os portos brasileiros, voltados para o Atlântico.

"Nossos vizinhos, que não são banhados pelo Atlântico, têm agora interesse real de usarem nossos portos", declarou o secretário. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB)

O secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, João Villaverde, defendeu nesta terça-feira (17/12) que as Rotas de Integração Sul-Americana podem beneficiar ainda mais o Brasil após o fechamento do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Na avaliação dele, os países vizinhos agora têm interesse em usar os portos brasileiros, voltados para o Oceano Atlântico, para exportar produtos. A iniciativa visa conectar todos os países da América do Sul, mas também as duas costas do continente.

“Podemos usar o Pacífico tanto quanto usamos o Atlântico. Não vamos deixar de usar o Atlântico, ele é a nossa benção”, comentou o secretário em evento na sede do Correio Braziliense. “E o maior acordo comercial do planeta Terra foi fechado neste mês, o acordo Mercosul e União Europeia. Nossos vizinhos, que não são banhados pelo Atlântico, têm agora interesse real de usarem nossos portos”, acrescentou ainda. 

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O Rotas de Integração é um dos principais projetos liderados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, composto por cinco rotas ligando todos os países da América do Sul. Segundo Villaverde, o governo ouviu os secretários de Planejamento e Desenvolvimento Econômico dos 11 estados fronteiriços. Ao todo, o investimento já contratado pelo governo federal é de US$ 10 bilhões, que serão utilizados em mais de 190 obras de infraestrutura, dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Villaverde exibiu e comentou uma apresentação de slides da pasta dele, com detalhes sobre as Rotas. Serão elas: Ilha das Guianas, Amazônica, Quadrante Rondon, Bioceânica de Capricórnio, e Bioceânica do Sul. O projeto teve origem no Consenso de Brasília, documento assinado em 30 de maio de 2023 por todos os presidentes da América do Sul.

COP 30 é oportunidade

Sobre as oportunidades futuras para o Brasil, Villaverde se mostrou otimista com o cenário atual, apesar dos temores com o rumo fiscal e a alta do dólar, e citou que os resultados do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 e 2024 superaram em muito as previsões do mercado.

Além disso, destacou a COP 30, realizada no Brasil no ano que vem. “Ela é uma oportunidade, e ela vai passar. Quando chegar 2025, em novembro, o mundo inteiro estará no Brasil, e depois não o fará tão cedo. Temos que aproveitar essa oportunidade para fazer mais negócios, aumentar a geração de emprego, e aproveitar mais oportunidades em bioeconomia.

Victor Correia
postado em 17/12/2024 20:58
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