O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, declarou nesta terça-feira (17/12) que a COP 30, realizada em 2025 pelo Brasil, não pode “andar de lado” como as últimas conferências internacionais. Para ele, o evento precisa avançar em definições especialmente sobre o financiamento das medidas de adaptação climática.
Jungmann argumentou que o combate às mudanças climáticas é uma questão essencialmente econômica, e que não há como discutir a transição ecológica sem recursos materiais. Disse ainda que o processo de transição passa necessariamente pela exploração de minérios.
“Eu acho que as últimas COPs têm andado de lado”, declarou o diretor-presidente do Ibram durante evento na sede do Correio Braziliense. “COP é economia. Claro, tem que olhar o clima, a transição energética, mas não há transição se você não tiver recursos econômicos para fazê-la”, acrescentou.
Ele citou como exemplo a COP realizada em Baku, no Azerbaijão, neste ano. Segundo ele, países da União Europeia desviaram o foco do financiamento climático. Esperava-se a definição de US$ 1,3 trilhão para financiar medidas, mas apenas U$ 300 bilhões foram acertados. A negociação pelo restante do valor ficou para a COP 30, que Jungmann disse esperar que seja concluída.
“De fato, nós temos que acreditar que vamos conseguir fazer no seio da amazônia uma ‘COP da virada’, porque não temos mais tempo”, afirmou o diretor-presidente do Ibram. Ele argumentou ainda que a mudança também depende de políticas para a mineração, já que grande parte das tecnologias de energia limpa dependem de materiais como o silício.
“Não há a menor possibilidade, a mais remota possibilidade de fazer uma transição para uma economia de baixo carbono se você não contar minerais, e o Brasil não tem um plano estratégico”, pontuou.
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