O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento e Indústria (MDIC), Geraldo Alckmin, disse que discorda “totalmente” da elevação da taxa de juros em 1 ponto percentual e disse que espera uma mudança de percepção no comitê a partir de 2025, com a saída de dois diretores, além do atual presidente Roberto Campos Neto, que deixa o cargo no início de janeiro.
“Me parece um equívoco (o aumento dos juros), e espero que no próximo ano, com as mudanças que estão acontecendo no Banco Central, a gente tenha uma coisa mais razoável, porque isso acaba inibindo investimento”, disse Alckmin, após participar de reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), nesta sexta-feira (13/12), na capital amazonense.
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Alckmin também questionou a metodologia utilizada pelo Banco Central para definir a Selic. Ele citou como exemplo o Federal Reserve (Fed) – dos Estados Unidos – que não considera a inflação de alimentos e energia como critérios para definir a taxa momentânea, por conta de outros fatores externos que interferem no preço e demanda desses produtos.
“Alimento é clima. Se o clima está ótimo, não tem seca, não tem enchente, a safra é grande, porque o preço cai. Se o clima está ruim, a safra cai e o preço sobe. Não adianta eu aumentar juros. Não vai chover porque eu aumentei juros. Isso não resolve o problema. Não é por excesso de consumo”, argumentou o vice.
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O Banco Central aumentou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros na última quarta-feira (13/12). A decisão foi unânime e marcou o último encontro do Copom com Campos Neto à frente do BC. A partir de janeiro, ele será substituído por Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.