Economia Verde

"Carbono é a nova commodity", diz Helder Barbalho em evento do Lide

Governador falou sobre as oportunidades a partir da regulação do mercado de créditos de carbono e edital para concessão de florestas, "alternativa nova e ousada" encabeçada pelo estado que sediará a COP30

Chefe do Executivo paraense deu recado aos empresários, para que estejam
Chefe do Executivo paraense deu recado aos empresários, para que estejam "sintonizados" com a agenda da sustentabilidade - (crédito: Reprodução/ Youtube)

Em evento com empresários nesta quarta-feira (4/12), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), falou sobre as oportunidades para o país a partir da regulação do mercado de créditos de carbono. O chefe do Executivo projetou a geração de mais de 300 milhões de toneladas de carbono pelo estado até 2027.

“Carbono é a nova commodity”, disse em participação remota no Fórum Brasil, promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais. Segundo ele, essa é uma agenda  prioritária  para o Pará, que sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, em 2025. “O Brasil será o grande protagonista na questão ambiental, e o Pará estará à frente desse movimento”, emendou.

Em setembro, antes mesmo da regulamentação ter sido aprovada no Congresso, o estado realizou a venda de 12 milhões de créditos de carbono. A quantia, comercializada a US$ 15 por tonelada, se tornou o maior contrato de comercialização de créditos de CO2 na história, atingindo a quantia de R$ 982 milhões (ou US$ 180 milhões).

De acordo com o governador, os recursos gerados pelos créditos de carbono serão revertidos para a sociedade, com foco nas populações mais vulneráveis. “Os recursos serão obrigatoriamente revertidos para comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, além de agricultores. Portanto, é a socialização dos recursos oriundos do mercado de carbono que se apresentam como solução para que nós possamos garantir a agregação de valor”, afirmou. 

Barbalho falou ainda sobre a concessão de florestas, “alternativa nova e ousada”, de acordo com o governador. Em novembro, durante a COP29, no Azerbaijão, o estado lançou um edital para concessão de 10,3 mil hectares de área pública para restauração de florestas por 40 anos.

A concessão florestal é uma forma de gestão de florestas públicas que permite a uma empresa ou comunidade manejar uma área pública de forma sustentável. O governo concede o direito de concessão por meio de licitação, e as empresas devem respeitar o Plano de Manejo Florestal (PMF) aprovado.

Leilão na B3

A restauração será da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), localizada em Altamira, no sudoeste do Estado. “Daqui 100 dias nós estaremos com um edital de licitação na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) para fazer a primeira concessão dessa área, que foi desmatada e grilada. O Estado do Pará conseguiu restituir a área, fazer um amplo estudo consistente do bioma ali existente e estruturou o projeto para que uma concessão de 40 anos, permitindo que haja o replantio e a construção da área”, explicou o governador. 

“A partir disso o setor privado, como detentor deste espaço, pode utilizar a área para replantar, fazer manejo florestal e a captura de carbono de restauro, que tem muito mais valor, fazendo disto um amplo negócio. Estamos falando de um processo de 40 anos de concessão, de R$ 250 milhões de investimento e com previsão de receita de R$ 1, 5 bilhão”, acrescentou.

O chefe do Executivo paraense finalizou dando um recado aos empresários, para que estejam “sintonizados” com a agenda da sustentabilidade: “O Brasil não atingirá as suas metas só com o desmatamento zero, precisará restaurar o seu bioma. É nisso que o Pará tem trabalhado com o sede da COP30, para apresentar soluções baseadas na natureza que fortaleçam a nossa economia, que gerem empregos verdes. A nossa floresta tem valor e esse será um mercado fantástico.”

postado em 04/12/2024 17:06
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